QUAL O PODER DA IGREJA?

 Diante das ruínas da cristandade percebemos ainda certos costumes que ainda que sejam coisas "piedosas" em si mesmas, correm o risco de gerar o que habitualmente chamamos de escândalo.

Escândalo é uma palavra técnica, não é uma pessoa dando um berro na rua, mas é quando a maldade é engrandecida.

Escândalo, por exemplo, é dar a comunhão a um pecador público que não mostrou previamente suas obras de conversão.

Considerando que o próprio Cristo disse que quem promove um escândalo, seria preferível amarrar uma pedra de moinho (algumas toneladas) no pescoço e ser lançado ao mar, a Igreja teve por hábito evitar os escândalos, ou seja evitar aquelas situações em que não é muito fácil separar o pecador do pecado e que alguma boa ação feita ao pecador pudesse parecer um incentivo ao pecado.

E isso sempre foi de grande tranquilidade para a Igreja, porque não é ela que decide o destino eterno de uma pessoa, mas Deus. E esse é o ponto principal.

Pensemos numa pessoa que morra em pecado manifesto. Negar as exéquias e mesmo a sepultura a essa pessoa em nada muda o seu destino final decidido unicamente por Deus.

A Igreja não a condenou ao inferno, sequer sabe ou afirma que esteja lá. Simplesmente a Igreja zela para que aqueles que ainda estão vivos não brinquem com sua salvação e, nesse sentido, nega os sinais visíveis da comunhão com Deus para quem viveu habitualmente fora desses sinais.

E nisso, como boa mãe que ao punir um filho previne aos outros de não cometerem os mesmos erros, a Igreja priva de certas obras os filhos que morrem em pecados manifestos sabendo que essa privação não lhes pode prejudicar em nada. Estão mortos. Já tiveram seu tempo. É por caridade para com os vivos que a Igreja age assim.

Um padre que se nega a rezar uma missa pública, ou a oficiar as exéquias não tem o poder de tocar no imprescrutável juízo divino. Deus não consultará o padre para saber qual o destino final do morto!

O mesmo vale para crianças cuja educação na fé cristã não é assegurada. Retardar o seu batismo não é condená-las ou fechar as portas do céu. Pior seria conferir uma graça da qual ninguém seria capaz de prestar contas.

É necessário compreender que o poder da Igreja não é limite ao poder de Deus.

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