NOVENA A SÃO JOSÉ
Meus caros amigos,
Podemos começar hoje (no máximo amanhã) a novena de S. José.
As novenas muitas vezes são usadas pelo povo fiel para
impetrar graças de Deus. A primeira novena foi feita pela Virgem Maria com os
Apóstolos no Cenáculo esperando a vinda do Espírito Santo.
Mas também podemos fazer novenas para agradecer graças ou
simplesmente para honrar certo aspecto da Vida Divina ou um Santo.
Nesses nove dias que nos conduzem à solenidade de S. José,
gostaria de durante esses nove dias meditar na figura do Santíssimo Patriarca,
guiando-me por nove invocações de sua Ladainha.
Esposo da Mãe de Deus.
Sei que pode parecer um pouco macabro, mas quando tenho que
ir à cemitérios antigos, gosto de parar para ler as lápides das sepulturas. A maioria
diz apenas o nome e as datas de nascimento e morte do que está ali sepultado.
Outras porém dizem algo mais, e é esse algo mais que me chama a atenção.
Tirando as expressões saudades eternas e similares, que
estão equivocadas porque não sentiremos saudades eternas pelo simples fato de
que não somos eternos, e também porque mais cedo ou mais tarde tudo isso
acabará para nós e poderemos rever aquele por quem atualmente sentimos
saudades, gosto de ver as frases (cada vez menos comuns) que tentam resumir a
vida daqueles que ali repousam.
De fato, eu penso que é na morte que se desvenda o mistério
de uma existência humana. Enquanto está viva, a pessoa está sujeita a
muitíssimas coisas que podem alterar o curso e mesmo as razões de sua existência.
Mas diante da morte, tudo está acabado: “Fostes pesado” como diz o Livro de
Daniel.
Então quando vejo sepulturas onde estão escritas
simplesmente: “O Pai”; “Estava pronto”; “Padre”, compreendo que aqueles que
conviveram com aquela pessoa, compreenderam que mais do que uma redação gravada
na lápide, aquelas poucas palavras diziam o que texto algum poderia dizer adequadamente.
Essas poucas palavras resumem a existência daquele que ser.
Desconheço que algum lugar da cristandade guarde a sepultura
de S. José, e creio que, se há, não deve haver nada dentro. Porém, se tudo em
Maria Santíssima se resume em “Mãe de Deus”, todos seus títulos, todas as suas
prerrogativas, todas as graças, o seu reinado, tudo brota dessa expressão: “Mãe
de Deus”, em S. José tudo brota de “Esposo da Mãe de Deus”.
Consideremos a primeira palavra “esposo”. S. José não é
exatamente o marido, o homem, o macho de Maria. É seu esposo. E é disso que se
origina o vínculo perpétuo que une essas duas almas: a esponsalidade. Aquela
realidade que não se reduz a compartilhar membros do corpo, nem todo o corpo,
mas corpo e alma, a vida. José e Maria não tiveram um consórcio de corpos, mas
de almas. E assim um pertenceu mais ao outro do que o mais ardente dos casais
comuns.
A razão de existir de José, e daqui depreendemos também
todos os privilégios, graças e virtudes com que foi ornado estava no simples
fato de ser o esposo da Mãe de Deus. Nesse sentido, José como que é o Vigário
do Espírito Santo. Ele será para Maria a imagem mais imediata do Espírito
Santo. A sombra do Espírito Santo cobre misticamente Maria, a sombra de José
guarda Maria.
Sim, Esposo da Mãe de Deus é o título mais elementar, melhor
dizendo, mais essencial de José, e como essencial, corresponde-lhe a essência,
a razão de ser a vida.
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