ÁRVORE

 Não sei quando é o dia da árvore. Lembro que ele existe.

Mas, "privadamente" comemoro hoje o dia da árvore. Porque as árvores vivas são um grande símbolo de força e de resistência, dão aos animais e aos homens sombra, flores, alimento, frescor, seiva. E, como se diz, morrem de pé. E mesmo mortas servem aos animais e aos homens de mil maneiras diferentes dando-lhes abrigo, conforto, luz e calor.

Hoje, celebramos o Trânsito de S. Bento.

Trânsito, ao contrário do que significa hoje, quer dizer passagem (geralmente a última coisa que encontramos no "nosso" trânsito moderno é passagem), passagem da morte para a vida, passagem para o Céu.

E como morreu S. Bento? De pé.

Após receber a comunhão, sustentando por dois monges, com os braços erguidos, aquele homem abençoado por graça e por nome deixa esse mundo.

Morre de pé, porque na verdade em S. Bento e em sua obra, deu-se o que o Senhor contou na Parábola do grão de mostarda, a pequenina semente que abriga as aves do céu. O jovem que rejeita a sabedoria mundana e a promiscuidade de um império decadente, que sozinho (ou seja na melhor das companhias, Deus) retira-se para lugares desertos para combater contra si mesmo e que depois será pai espiritual (abba, abade) de uma multidão de homens e mulheres tão numerosos como as estrelas do céu.

Ele não podia morrer de outra forma do que como uma árvore, porque ele foi essa árvore do Senhor.

E assim, sua morte não pôs um fim à sua obra, ao contrário: até hoje os mosteiros são construídos com essa "madeira" e muitos seculares nela encontram "fogo e luz".

Celebrando hoje, caros amigos, o trânsito de S. Bento peçamos a sua intercessão, coloquemo-nos sob seu patrocínio e paternidade e, sugiro aos que puderem lerem o capítulo IV da Santa Regra que escreveu.

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