SEXAGÉSIMA


 Caros amigos,

Estamos no Domingo da Sexagésima. Sabemos que a Quaresma, além de ser o tempo litúrgico mais antigo da Santa Igreja, é o mais rico, possuindo formulários de Missa próprios para cada dia, e está também entre os mais importantes.

Se é assim importante, nada mais natural que seja preparado. E sua preparação está no Tempo da Septuagésima que vai até a Quarta-feira de Cinzas. Hoje, o Santo Evangelho traz a Parábola do Semeador.

Assim, na proximidade da Quaresma, somos levados a olhar para terra onde a fecunda semente da Palavra de Deus será deitada. Todos certamente já ouvimos algum trecho do famoso "Sermão da Sexagésima" do Pe. Antônio Vieira e, ainda mais, Nosso Senhor mesmo explica o sentido da parábola.

Mas, e nós?

Geralmente todos evitamos ser a beira do caminho, mas também reconhecemos não ser ainda a terra boa.

Mas qual a diferença entre a beira do caminho, e os outros terrenos que não são a terra boa?

A única diferença está no tempo que a semente é conservada.

Na beira do caminho a semente nem brota, em outros brota e até cresce um pouco, mas no final o fruto da semente morre.

Meus caros amigos, a Parábola do Semeador é um convite do Senhor à nossa perseverança. Perseverança que não é mágica, mas fruto de um esforço (ascese, em grego) de aprofundar, de deixar as curiosidades, de afastar os "pássaros", de remover "as pedras", de lançar fora "os espinhos".

E esse tempo, é todo dia, uma vez que ninguém pode garantir o dia de amanhã. Mas é sobretudo a Quaresma. Se a cada dia, saímos um pouco apressados para retirar os "entulhos", na Quaresma o fazemos de forma mais organizada, olhando para cada espinho, para cada pedra, para cada pássaro, para encontrar os que mais se repetem e buscar eliminá-los de vez.

Peçamos a Nossa Senhora a graça de nos dispormos bem para viver o Sagrado Tempo da Quaresma com a ascese, a penitência, a abnegação sem as quais ela não poderia dar fruto em nossas almas.

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