DIFERENÇA X ESQUISITICE


 

Meus caros amigos,

Nesses dias de Carnaval, todos sabemos o quanto aumentam as ofensas cometidas contra Nosso Senhor Jesus Cristo. Blasfêmias e impurezas parecem dominar as ruas de nossas cidades num nível tal de desordem da própria natureza humana que até mesmo aos demônios perturba.

É claro que alma fiel, diante desse nefasto espetáculo, chora por ver seu Amado ainda mais ultrajado, ofendido e, no seu íntimo, pede ao bom Deus, oferecendo-se como vítima expiatória, os castigos devidos a tão numerosos pecados.

Mas, não podemos deixar de compreender que a maioria dos fiéis católicos convive com outras pessoas para as quais não existe "nada demais" no carnaval, que são "apenas brincadeiras" e que, nessa visão subidamente equivocada, até desejam juntar-se aos que estão "pulando o carnaval". 

Diante disso, antes de tudo, creio ser importante deixar claro que, o Carnaval, tal como o vemos em nossos dias é absolutamente incompatível com a vida de um católico. As danças, as fantasias, as músicas, nada se salva. Tudo é um lixo infernal dado como alimento às almas que parecem já saídas do inferno.

Não pode haver nenhuma conciliação entre o espírito católico e o carnaval. De modo que, buscar "um bloquinho familiar" ou fazer uma "festinha caseira" são coisas que nem sequer devem passar pela mente de um católico. Especialmente quando se tem crianças na família. Fantasiá-las ou acostumá-las a costumes do carnaval simplesmente acostuma-lhes a consciência e fere-lhes o espírito para essas atrocidades.

Ao mesmo tempo, é salutar que o católico que acaba por ter que conviver com sua família nesses dias, apresente-se-lhes como alguém diferente, não esquisito. E peça a Deus uma criatividade capaz de arrancar os seus das garras do demônio.

A assistência de bons filmes, a promoção de pequenos torneios, o sair para lugares mais tranquilos com uma vida mais rural, um bem-humorado mutirão para pôr em ordem certos aspectos da casa que habitualmente não são cuidados, dentre outras coisas, são coisas que o fiel pode e deve propôr à sua família, para de forma normal e serena abster-se do que acontece nesses dias.

O fiel, especialmente aquele que mora com sua família, deve tomar o cuidado para ser diferente, não esquisito.

Não seria errado fazer um severo jejum, aplicar-se as mais duras penitências e dedicar um largo tempo à oração. Mas... e os seus? Devemos esforçar-nos para salvar os nossos, sem descuidar de nossa salvação. Ir com eles ao carnaval seria uma insensatez, mas pensar verdadeiras estratégias para que eles não fossem ao carnaval, criando em casa um ambiente sadio, alegre e atraente é o que cada um deve buscar fazer.

Mas, o fiel católico, cuja alma sofre nesses dias, compreenderá que não se trata de escolher entre penitência e oração x alegria e diversão em família. Uma pequena abstinência nas refeições, a privação de certos confortos, a redução do sono serão momentos discretos de buscar satisfazer a Justiça Divina tão vilipendiada nesses dias e de preparar-se para a Santa Quaresma que está às portas.

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