ARMAS

 Meus prezados amigos,

Pelas décadas de 70/80 do século passado, se não me equivoco, a TFP lançou um livro cujo título era: "Sou católico. Posso ser contra a Reforma Agrária?" Ou algo semelhante. 

Considero o título muito bem escolhido, porque a posição do episcopado, de boa parte dos padres e até declarações dos papas pareciam dar a entender que todo católico seria naturalmente favorável à Reforma Agrária, como se isso fosse parte do Depósito da Fé.

E que não ser favorável à Reforma Agrária seria praticamente um pecado, algo talvez até mais grave, quase um ato cismático. 

Curioso é que por essa mesma época, não havia da parte dessas pessoas em defender pontos de doutrina ou moral que tinham sido recentemente aclamados pelo Magistério, como as questões sobre contraceptivos na Humanae Vitae, de Paulo VI. Parecia que os bispos conheciam mais as normativas da Reforma Agrária do que o próprio Catecismo.

A verdade é que não há nada que obrigue o católico a ser favorável à Reforma Agrária e, dependendo do que se entenda por ela (salvaguardando o direito à propriedade privada), também não seria em si mesmo errado, que o católico fosse favorável.

De modo que ser contra ou a favor (resguardando certos aspectos) não é uma questão "fechada". Um católico pode ser favorável e outro contra, e está tudo certo. Como se diz, vida que segue.

Esse fenômeno se repete também em outros aspectos que a Igreja deixa livre para a consciência dos fiéis, como a questão da posse ou porte de armas.

A impressão que se tem é que o católico, por ser católico deve ser contra a questão da posse/porte de armas. E isso não é verdade. A doutrina da Igreja não afirma que o fiel deve ter, nem proíbe que tenha. Se um fiel católico deseja ter uma arma, é lícito. E se não deseja, também.

Se o fiel quer ter a arma para segurança pessoal, caça, coleção etc não é pecado. Ele não é nem mais nem menos católico por isso.

É claro que se supõe certos cuidados, mas tendo atenção para com eles, está tudo certo.

Não significa que o padre vai distribuir "38's" após a Missa de Domingo, mas criar nos fiéis um peso de consciência em coisa que a Igreja deixa para a liberdade dos fiéis é criar consciências escrupulosas, doentes, mal formadas.

O fiel confessa que desequilibrou o meio ambiente por matar uma formiga, mas não têm a menor compreensão de como é má a contracepção ou os atos homossexuais.

Meus prezados amigos, nesses tempos urge que cada um busque estudar a Santa Doutrina, para não se perder em caminhos errados e consciências equivocadas 

Comentários