PENITÊNCIA


 Meus prezados amigos, quando se visita a Basílica de S. Pedro no Vaticano, logo na entrada, junto à uma linda pia de água benta sustentada por anjos, está uma imagem de S. Pedro de Alcântara (que, aliás é Padroeiro do Brasil) cuja base é a foto acima.

Nessa foto vemos um crânio, um livro, uma disciplina (esculpida no mármore) e um cilício que está pendurado entre a disciplina e a caveira.

O cilício e a disciplina são dois instrumento de penitência muito comuns na vida da Igreja; basicamente a disciplina é um pequeno chicote e o cilício é um emaranhado de arame com pontas que se usa por baixo da roupa.

Eu sei que isso pode ser um pouco chocante para o homem moderno dos controles remotos, elevadores e ar-condicionado, mas sendo bem sincero, acho que eles nem chegam perto dos instrumentos usados pelos frequentadores de academia e crossfit, se é assim que se escreve...

A diferença é que uns tonificam o corpo e os outros a alma. É o que a Igreja chama de penitência corporal.

A primeira palavra da pregação de Nosso Senhor Jesus Cristo não foi amor, paz ou maneiro. Foi "Penitenciai-vos!"

E Nosso Senhor ensina que "se não fizerdes penitência, morrereis..."

Ele mesmo se apresentou para nós, embora não tivesse necessidade alguma, como modelo de penitência: seus frequentes jejuns, noites em claro passadas em oração, o não ter "onde reclinar a cabeça" etc.

E confiou à Igreja a regulação da penitência dos seus fiéis.

Se simplesmente ficasse o axioma de que devemos fazer penitência, pode ser que alguns exagerassem e outros não fizessem sequer o mínimo.

Por isso, a Igreja determina dias de jejum, dias de abstinência e dias de jejum e abstinência. Esses dias são a quarta-feira de cinzas, a sexta-feira santa, as têmporas e todas as sextas do ano (a não ser que coincidam com uma festa de preceito). É o mínimo. É o que todo fiel deve observar.

Recordo-me de que, quando era criança, a quinta-feira à tarde no rádio e na tv era cheia de propagandas de peixes. O mesmo nos próprios mercados e feiras, sinto ainda o cheiro dos mercados de peixe em que ia com meus familiares comprar o peixe para o almoço de sexta-feira.

Há alguns anos, esse resquício da cristandade ruiu, e deu lugar ao "sextou". Botequins cheios de gente, churrascos e petiscos e muita cerveja.

O cristão, agora mais do que antes, deve ser exemplo de penitência. Inclusive evitando esses divertimentos.

Porque a penitência não é apenas o não comer carne, ou não comer, mas, por meio disso e de outras formas de penitência espiritual ou corporal unir-se à "Paixão de um Deus amante", aos sofrimentos daquele que nada tinha que pagar, no entanto pagou por todos nós.

Essa imagem da Basílica de S. Pedro sempre me chamou muita atenção, quase que como dizendo que se queremos de fato ser católicos junto com as águas do batismo, precisamos associar as lágrimas da penitência.

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