O QUÊ SABER

                                        

Meus prezados amigos,

A internet, particularmente as redes sociais, "criaram" uma nova espécie de seres humanos que seriam os "omniespecialistas": aquelas pessoas que são especialistas sobre tudo e, por isso, têm a necessidade de dar o seu parecer sobre todas as coisas.

Desde o resultado de um jogo de futebol até uma guerra internacional, essas pessoas têm que dar o seu "irrefutável parecer" geralmente baseados em outros pareceres consultados segundos antes. 

E isso leva as pessoas a se informarem continuamente sobre tudo, a lerem e assistirem vídeos sobre todos os assuntos para estarem sempre "conectados", não importa à pessoa se ela tem dois ou duzentos seguidores, ou se é seguida apenas pela mãe e pela avó, ela precisa dar o seu parecer.

Isso contrasta diretamente com o que S. Paulo nos têm dito nessa semana: que não temos porque saber tudo, existem coisas que devemos saber, mas outras não são da nossa conta, menos ainda temos a necessidade de agirmos como se fôssemos especialistas.

Se sou um pai de família, e dois países a milhares de léguas de mim estão em guerra, eu devo lamentar, rezar e basta. A minha opinião, de modo geral, não fará a menor diferença, e se eu me dedicar a um estudo profundo sobre essa guerra, sem ter a menor razão para isso, certamente roubarei um tempo que deveria ser dedicado à minha família, ao meu trabalho ou a Deus.

Vivemos num tempo em que há muita informação e pouca inteligência.

E temos a tentação de reproduzir isso em nós.

Até mesmo nos ambientes religiosos há uma busca desordenada de informações, sem as devidas reflexões.

O que eu tenho que saber?

O catecismo, minhas práticas de piedade, como estão os meus familiares, as coisas do meu trabalho e mais uma ou duas coisas. Se dedicarmos o tempo devido à cada uma dessas coisas, não teremos sequer a tentação de sermos omniespecialistas, para sermos simplesmente bons no que é nossa obrigação saber e fazer.

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