DIGNO

 

No Santo Evangelho do III Domingo após a Epifania, dois homens se aproximam de Jesus reconhecendo o seu poder por acções e palavras: o leproso que se prostra diante de Cristo e lhe diz que a sua cura depende unicamente da vontade do Senhor: "Se quiseres, podes.." e o centurião que não se considerando digno de ter o Senhor em sua casa, de modo semelhante diz que bastaria uma palavra do Senhor para que seu servo ficasse curado.

Ambos reconhecem a grandeza do poder do Senhor, sua autoridade sobre os males, e, desse conhecimento da grandeza do Senhor, reflete-se a pequenez dos homens, sua indignidade de o tocar, de o receber em casa.

Cristo se fez próximo de nós. No Santíssimo Sacramento, mora em nossas cidades e bairros. Aguarda-nos nas Igrejas do mundo inteiro. Mas a proximidade do Senhor nunca foi usada pela Igreja para diminuir a grandiosidade devida a Ele. Desde as diversas cerimônias que mostram o quanto somos pequenos diante d'Ele, até as coisas destinadas ao culto divino mostram por si mesmas que se prestam ao serviço do verdadeiro Rei.

A proximidade de Cristo não retira a nossa indignidade, abraça-a.

E é pelo reconhecimento de que não somos dignos, de que não merecemos, de que não nos é devido, que nasce no homem a mais profunda humildade e gratidão.


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