PERCURSO

 

Uma das ideias que a mentalidade liberal tenta impor sobre o pensamento das pessoas é que, uma vez que não se pode dizer que a morte não exista, a vida deve ser vivida como se nunca fôssemos morrer e, "se" morrermos, isso será um acidente de percurso. Uma coisa inesperada. Um erro.

O católico porém não compreende a morte como um acidente de percurso, mas como o percurso.

Toda nossa vida é uma caminhada para a morte, que, se temos fé, não nos amedronta ou deixa deprimidos, ao contrário! Pensando constantemente na morte, vivemos muito melhor, com muito mais intensidade, ou seja com muito mais santidade.

E a morte chega a ser desejável, não como uma libertação de todas as dores e problemas, mas como, no dizer de S. João da Cruz, o "romper da tela de um doce encontro".

No dia de hoje, porém, não consideramos tanto a morte, mas os mortos.

Não ficamos meditando no dia em que concluiremos nosso percurso, mas rezamos, juntamente com os santos, com aqueles que tiveram um ou outro leve desvio de caminho e que agora, no purgatório, corrigem o seu caminho.

A oração máxima da Santa Igreja e que mais alívio traz às almas do purgatório é o Santo Sacrifício da Missa; por isso o Papa Bento XV, na época da I Guerra, permitiu que todos os padres do mundo celebrem hoje três missas (quando o normal é, no máximo duas). 

E o Papa Francisco estendeu a possibilidade de lucrar a indulgência plenária pelos mortos durante todo o mês de novembro, não até o dia 08, como era antes.

Aproveitemos, amigos, os tesouros abertos.

Saqueemos o céu - é Deus que o quer - para que as almas do purgatório alcancem a misericórdia necessária para entrarem no Paraíso.

Pensemos em quantas pessoas que para homenagear seus mortos compram caixões de madeiras nobres, erguem suntuosas tumbas, pagam caríssimo por uma sepultura, mas não são capazes de encomendar, por exemplo, a missa gregoriana pelo fiel que se foi...

Que ao longo de todo esse mês, queira Deus todos os dias, possamos lucrar alguma indulgência por nossos irmãos defuntos. Eles não esquecerão de nossas boas ações.

Comentários

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  2. Sábias palavras!
    Por muitos anos achava que a morte era o fim da linha, entretanto a fé católica me fez ecarar a morte, não como o fim, mas sim como uma outra parte da estrada.

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  3. Eu me sinto mais livre quando me confesso e comungo. Eu perco o medo da morte. Se é necessário morrer em nome de Nosso Senhor para que eu não me dane, que assim seja.

    Obrigado padre pelo memento mori.

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