PERMITIDO

 

O que é permitido fazer?

Com essa pergunta Nosso Senhor confronta os mestres da Lei e os fariseus que O observavam e julgavam para saber se faria ou não um milagre num dia de sábado.

O milagre, porém, não é uma manifestação gratuita de poder. Em Jesus, podemos afirmar, o milagre é simplesmente um bem acontecido de modo extraordinário.

As curas, ressurreições, multiplicações eram apenas o modo sem limites de Jesus de consolar e confortar o seu povo, ao mesmo tempo que serviam para confirmar na fé de modo particular os apóstolos. Mas, o mesmo milagre que trazia alegria ao povo - que não necessariamente passaria por uma conversão profunda como darão testemunho os gritos da Sexta-feira Santa, e que deveria para confirmar na fé os apóstolos que, nesse mesmo tempo, estarão sem fé e escondidos, parecem ser cem por cento eficazes numa única coisa: despertar a ira dos judeus contra o Senhor.

O povo ora aclama, ora rejeita. Os apóstolos ora crêem, ora fogem. Mas os mestres da Lei e fariseus são mais constantes no seu estado de ânimo: odiar.

Mas as vacilações do povo, as oscilações dos apóstolos e o desejo de matar dos fariseus não impedem Jesus de fazer o bem por duas razões: primeiro, porque Ele é Deus e ninguém pode impedí-l'O; segundo, para fazer o bem não se precisa de licença.

Em nossos tempos, fazer o bem é complicado e ainda por cima é arriscado.

Uma pessoa ajudada pode tornar-se uma testemunha de acusação de um crime nunca acontecido, um bem proporcionado pode esbarrar com todas as burocracias civis e até mesmo eclesiásticas e parecer que, ao invés de se ter feito um bem, se cometeu um delito.

Isso deve importar para nós tanto quanto importou para Jesus.

Para o bem, não é necessária licença nem autorização.

Portanto, façamos o bem. Até porque se tenho a oportunidade de salvar uma vida, mas por causa das minhas preocupações burocráticas não o faço, no entender de Jesus, eu a deixei perder. Não existe isenção para quem segue o Evangelho.

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