EXTRA!


 Extra! Extra!

Padre contrata prostitutas para dançarem nuas diante de mosteiro!

Extra! Extra!

Não foi exatamente com essas palavras, particularmente os "extras", mas quem nos dá essa notícia é ninguém menos que o Santo cuja festa celebramos hoje: S. Gregório Magno.

Num momento de terrível crise na Itália e em boa parte da Europa, os fiéis acabaram caindo num desânimo que os fazia deixar de lutar pela virtude, pela santidade. A grande tentação era de que os tempos antigos tinham sido melhores ou que os tempos futuros seriam melhores, e, nessa consideração do passado e do futuro, muitos fiéis se esqueciam do que séculos mais tarde diria a Pequena Grande, Santa Teresinha do Menino Jesus: "Para amar-te, oh meu Deus, não tenho nada mais que hoje..."

S. Gregório então escreve dois livros, nos quais ele está em diálogo (esse será o nome do livro) conversando com um diácono, o Papa conta a vida dos Santos que os precederam. O segundo livro será dedicado exclusivamente a S. Bento. Nele S. Gregório ensina que os tempos passados não foram muito melhores que os presentes e que o futuro, o que marca o futuro para o bem não serão as maldades dos maus, mas a santidade dos bons. 

Assim, sucedeu com S. Bento.

Foi a decadência de Roma que o levou à vida solitária com Deus. Essa vida, em princípio solitária, acaba por atrair pessoas boas e más. Os bons querem seguir seus exemplos, os maus querem a sua morte ou a morte de suas obras, seus mosteiros.

Por isso, um padre invejoso chega ao ponto de fazer o que falávamos no início de nossa reflexão.

Que fez S. Bento?

Mudou-se.

Não era um pagão que tinha se associado às mulheres de má vida, mas um padre! S. Bento não tinha o que dizer a ele coisa que já não soubesse. Ele entrega a Deus toda reação que pudesse ter e se muda para que os monges não continuassem expostos aquelas tentações.

Deus não deixará esse padre impune. Aliás essa é outra lição: quando agimos muito, impedimos Deus de agir...

E S. Bento continua o seu presente, marcando o futuro da humanidade.

Não é o caso aqui de entrarmos em lição de história, mas se não houvesse S. Bento, não haveria Europa.

O futuro não foi muito melhor, é verdade. Mas S. Bento fez o que tinha que fazer, fez o que o Senhor lhe pediu.

Continuaram os pecados, os padres maus, as decadências... Mas se S. Bento não acabou com todos os males, por outro lado, não deixou de fazer nenhum bem.

Hoje é dia de S. Gregório, e falamos de S. Bento. Falamos de S. Bento, porque S. Gregório fala bastante nele, embora sua grande devoção fosse Santo André. Aquele que leva a Jesus o menino com cinco pães e dois peixes...

Se percorrêssemos o mundo pregando o Evangelho, isso não seria mais que cinco pães e dois peixes que só nas mãos de Jesus são capazes de se tornar milagre.

Os Santos são milagres porque souberam permanecer nas mãos de Jesus.

Nossos tempos são difíceis... mais ou menos que os de S. Bento? Não importa. Importa que façamos o bem. Que nos coloquemos nas mãos chagadas de Jesus. Que façamos o que podemos. E se compreendemos o quanto é grande a oração, nunca acharemos que não podemos nada.

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