EXAME

 

 -"Eu não gosto de fazer exames?"

- "Por que?"

- "Porque eu estou bem, faço exame e acabam inventando um monte de doença para mim!"

Não sei se vocês já ouviram esse tipo de conversa. Eu já ouvi várias vezes.

Todavia, nem a doença é inventada, nem foi o exame que deixou a pessoa doente. Mas o exame revelou que naquele organismo aparentemente saudável há situações que precisam ser cuidadas e quanto mais cedo cuidadas, melhor as chances de recuperação.

Não é muito diferente na alma.

E, se examinamos nossos corpos com certa frequência (ou deveríamos fazer...), corpo que se desfará depois de nossa morte, quanto mais a nossa alma que é imortal deve ser examinada, e, sendo mais nobre, necessita de um exame diário. Esse é o exame de consciência.

O texto do Evangelho de hoje é um dos vários textos que podem servir para um exame de consciência. Nele, Nosso Senhor nos traz várias sentenças que marcam a vida dos cristãos. São frases que, honestamente, nos trazem um certo desconforto porque vão além da nossa natureza marcada pelo pecado.

Não vão "contra" a natureza, mas vão "além".

Aliás, se fosse para viver de acordo com nossos impulsos, para quê Evangelho? Para quê Nosso Senhor?

O Evangelho é para nós sempre conversão, porque nos mostra que não só devemos agir bem, mas devemos agir melhor.

O que todo mundo faz, qualquer um faz. 

O Evangelho nos leva para mais além. Para um "ser como Deus", completamente diferente daquela primeira tentação. Um ser como Deus que não tem seu foco no poder, mas no poder servir, no poder dar.

É essa a interpelação constante de Jesus.

"Nosso Deus é um fogo abrasador", diz a Sagrada Escritura. E o fogo nada mais faz que transformar tudo que dele se aproxima em fogo.


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