BOTÃO

 

Santa Maria "Bambina" - Milão

Quando o calendário litúrgico da Santa Igreja foi tomando a sua forma, muitas coisas influenciaram as festas e os tempos que celebramos. Havia a preocupação de retirar ou de dar novo sentido a comemorações supersticiosas e pagãs e assim, a Igreja desvelou-se em acompanhar os ritmos do tempo e mesmo da natureza, para que os fiéis, sobretudo os mais ligados ao campo, não tivessem a tentação de recorrer às práticas pagãs, mas encontrassem simbolizados nas sagradas celebrações aqueles elementos que tanto marcavam as suas vidas.
Com a descoberta da América e, ao mesmo tempo, com a cristianização de um hemisfério cujas estações e tempos tanto diferiam do Norte, pode parecer que há um desacerto dessa compreensão primitiva, e não faltou quem julgasse a necessidade de que, por essas terras, houvesse outro calendário.
Mas, na verdade não há essa necessidade, e a Providência não deixou de nos dar sinais nos quais a liturgia e a vida cotidiana dos fiéis se encontram de uma forma tão singela.
Dentre essas festas, podemos considerar a de hoje: o nascimento da Santíssima Virgem.
Quem tem um uma vida um pouco mais ligada à natureza, particularmente às flores, mais particularmente às rosas, não deixará de perceber que essas rainhas das flores há algumas semanas pareciam estar à beira de desaparecer.
E, no entanto, veja hoje.
E ainda não plenamente recuperadas, as roseiras já começam a nos presentear com seus botões.
Os botões são a esperança da flor.
Maria é a esperança da salvação.
A flor que o botão promete nos recorda a salvação já próxima que o Natal da Mãe de Deus garante ao mundo.
Hoje celebramos esse Natal. Celebramos essa Aurora que precede o Sol. Celebramos esse Botão que anuncia a Flor.
O dia de hoje precisa ser um dia de verdadeiro júbilo. Aproxima-se a primavera, passa o inverno.
O nascimento de Maria marca o fim do inverno do mundo. 
Como diz o Espírito Santo: "Passou o inverno, as chuvas cessaram. Levanta-te, Formosa minha e vêm!" 

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