AFONSO

 



Um bispo idoso, 90 anos, já próximo a deixar este mundo, com seu corpo deformado por doenças ósseas, praticamente cego, pede a um ajudante que lhe leia algo sobre Nossa Senhora. O ajudante pega um livro e lê um trecho. O Bispo, simplesmente por tratar-se da Santíssima Virgem, prorrompe num pranto cheio de amor e admirado pelo que ouviu pergunta: "Quem escreveu isso?". 
O ajudante estupefato responde: "O Senhor mesmo."
O livro era "As glórias de Maria" e o Bispo era Santo Afonso Maria de Ligório.
Ninguém que tenha o costume de ler as obras de Santo Afonso considerará a santidade e, por conseguinte, a eterna salvação uma coisa impossível. Ao contrário, perceberá que salvar-se é razoavelmente simples. Basta se fôssemos resumir: amar Jesus e Nossa Senhora, buscar ter uma vida de oração intensa, buscar os sacramentos, não pecar e considerar que vai morrer.
Se hoje a santidade parece uma coisa tão distante, e tantas almas se perdem é porque optaram pelo caminho oposto.
Santo Afonso, que fora um dos maiores advogados de Nápoles, depois de deixar tudo e ser ordenado sacerdote, dedicou-se particularmente à formação do povo simples, por isso, sua vasta cultura e incomparável inteligência, unida à uma capacidade fantástica de expressar-se, fez com que, ao ouví-lo (e hoje lê-lo) as pessoas compreendessem que para salvar-se não são necessários mais empreendimentos do que para qualquer "negócio" terreno. Assim, aquele que tem um negócio, se dedica a ele, gasta tempo com ele, renuncia a certas coisas por ele... A salvação, no dizer de Santo Afonso, é o principal "negócio" que temos, e, infelizmente é aquele ao qual menos nos dedicamos.
Sinal certo de perseverança na vocação e de salvação eterna para Santo Afonso é a devoção à Nossa Senhora. E, hoje, ao celebrarmos a sua festa, e também a de Nossa Senhora dos Anjos, poderíamos nos perguntar como está nosso amor à Santíssima Virgem? Temos rezado o Rosário? Rezado bem? Consideramos a importância de Nossa Senhora para nossa própria salvação?
Certa vez alguém comentava que a devoção à Santíssima Virgem não é um "apêndice" (referindo-se ao órgão) que tanto faz ter ou não ter. Penso ser fiel ao pensamento de Santo Afonso ao atribuir à devoção à Santíssima Virgem o papel de coração da vida cristã, e se alguém considerar que isso possa ser um exagero, pense que só com o Coração de Maria é que se sabe amar de verdade o Coração de Jesus.


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