DIREÇÃO
Para alguns autores a direção espiritual não seria necessária a todos os fiéis. Primeiro pelo fato de que muitos não têm o menor interesse em ser santo, ou se têm, é algo passageiro, pelo qual não se quer lutar. E segundo porque são muito poucos os fiéis que necessitem de uma orientação, digamos, “especializada” nas questões de vida mística.
Nesse caso, uma confissão frequente e bem feita já seria o suficiente para a imensa maioria dos fiéis que não perderiam nem seu tempo nem o dos padres com questões como distrações em oração e o nunca fazer a meditação sugerida pelo diretor.
Assim, todos se conformariam a uma vida sem pecados mortais, e sem preocupações exageradas sobre a própria santificação.
Sim, essa visão é bem prática.
Mas Jesus não é prático.
O pastor que deixa noventa e nove para buscar uma... não é prático.
É nessa perspectiva que a direção espiritual é necessária a todos os fiéis.
É verdade que geralmente não nos ocuparemos de eflúvios odoríficos ou luminosos, mas nos ocuparemos de duas coisas que são quase igualmente importantes: fazer e como fazer.
A direção espiritual basicamente ocupa-se dessas duas coisas: fazer (a oração, os deveres de estado, as mortificações...) e o tentar fazer bem todas essas coisas, sempre, estranhamente, dando uma aparente importância maior na primeira.
E a aparente importância maior é na primeira, porque a direção consiste numa só coisa: acostumar o coração a obedecer a Deus.
Nesse sentido, o acostumar tem prioridade, porque uma vez acostumado é só agora acrescentar a virtude, o amor e tal como as brasas precisam estar acesas para que o incenso queime, as práticas de piedade acostumadas fazem subir a Deus as boas intenções das ações praticadas em sua honra.
É verdade que a direção é simples.
Quase desprezível.
Como anda sua vida de oração?
Tem feito meditação?
Tem feito o exame particular? E o geral?
Tem cumprido seus deveres de estado?
E isso durante décadas... pode gerar algum cansaço...
Mas, lembre-se Ele buscaria só você.
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