MEDITAÇÕES SOBRE A LADAINHA LAURETANA XXVIII

 

RAINHA DO SANTÍSSIMO ROSÁRIO
Quando se visita a Capela Sistina no Vaticano, e se repara com atenção naquele imenso afresco do Juízo Final, há um pormenor muito belo: uma alma parecia cair no inferno, mas é puxada por um anjo através de um Rosário.

Já dizia o Beato Bartolo Longo: "Ó Santíssimo Rosário de Maria: doce cadeia que nos leva ao céu!"

Tudo que recebemos de Deus e dos Santos tem por única fidelidade salvar-nos. E essa é a finalidade do Santíssimo Rosário: salvar-nos.

Do mesmo modo que o Rosário e a invocação da Santíssima Virgem como Auxílio dos Cristãos foram a grande arma da Batalha de Lepanto, segundo a orientação do Papa S. Pio V, também na batalha que é a nossa própria vida, o Rosário nos é dado para salvar-nos.

O Rosário salva-nos porque é oração da humildade, porque é oração da contemplação, porque é oração com odor do céu.

Humildade porque nos leva a sermos como crianças que repetem sempre as mesmas palavras e ainda assim encantam seus pais; contemplação porque a alma do Rosário é meditar e contemplar as alegrias, dores e glórias de Nosso Senhor e Nossa Senhora; e tem odor do céu, porque todo o Rosário nos veio do céu: o Credo é a fé que leva ao céu; o Pai nosso foi-nos ensinado pela Própria Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; a Ave Maria têm sua origem no Arcanjo S. Gabriel e em Santa Izabel cheia do Espírito Santo; o Glória ao Pai é um resumo do que é o Paraíso, o "Ó meu Jesus" foi ensinado por Nossa Senhora em Fátima e os Mistérios são a contemplação do rosto de Jesus pelos olhos de Nossa Senhora e a Salve Rainha é a grande jóia de um monge aleijado que compreendeu que como diz S. Paulo "que os sofrimentos do tempo presente não merecem ser comparados com a glória" que teremos ao ver Nossa Senhora mostrando-nos Jesus.

O Rosário é a oração predileta de Nossa Senhora, é o conselho unânime de grandíssimos santos e a salvação dos lares.

"Ó Santíssimo Rosário de Maria, doce cadeia que nos leva ao céu!"

Num lar em que se reza o Rosário diariamente há reconciliação e paz, perdão e misericórdia, amor e alegria.

O Rosário é um momento no Reino de Maria. Quando se reza o Rosário se experimenta um pouco do que será aquele momento em que tudo e todos estarão postos nas mãos de Maria Santíssima para que Ela, tal como mostrou-se em Rue du Bac, possa oferecer a Deus um mundo em cujo topo está fincada a cruz do Senhor.


RAINHA DA PAZ

Assim concluem-se as invocações marianas da Ladainha. Nossa Senhora é recordada como a Rainha da Paz, a Paz que todos querem e ninguém busca.

A Paz da qual Nossa Senhora é Rainha vai além da tranquilidade da ordem, mas é aquele fruto do Espírito Santo que significa a habitação de Deus mesmo em nossas almas.

Numa alma onde Deus habita há paz. E quanto mais almas são unidas a Deus, mais a paz reina entre os homens. A paz sem Deus é como qualquer outra iniciativa humana: já nasce tendo em vista o seu fim. A paz da qual Nossa Senhora é Rainha é aquela paz de Nosso Senhor, consequência de sua paixão e cruz, e que nos é dada não como a do mundo.

Regina pacis! Como tantas coisas ruins teriam cessado se tivéssemos dito interiormente essa invocação antes de falar ou de fazer o que nos era ordenado por nossos impulsos desordenados...

Se queremos saber o quanto alguém está unido a Deus, o melhor caminho é ver o quanto de paz essa pessoa nos transmite. Nossa Senhora, Filha do Padre Eterno, Mãe de Deus Filho e Esposa do Espírito Santo não é apenas alguém que transmite paz, é Rainha da Paz.

Recorramos à Ela, particularmente nesses momentos cruciais pelos quais passa a humanidade, que derrame em nossos corações essa Paz, adquirida por Seu Filho e posta em Suas Imaculadas Mãos para distribuir a todos os que a pedirem.



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