MEDITAÇÕES SOBRE A LADAINHA LAURETANA XXIII


 RAINHA DOS ANJOS

A última sequência de invocações da Ladainha Lauretana celebra a realeza de Maria: Rainha.

Esta realeza da Santíssima Virgem é um desejo expresso da Santíssima Trindade que após sua Assunção, confirma à Santíssima Virgem um reinado que Ela, pela ordem da graça, já exercia sobre todas as coisas visíveis e invisíveis.

Imaginemos, por exemplo, a reverência de S. Gabriel diante de Nossa Senhora no momento da Anunciação! Ele falava à sua Rainha! Ele sabia disso, Ela ainda não.

E numa ordem de precedência e história, a Ladainha começa pelas criaturas mais perfeitas e as primeiras saídas das mãos do Criador: os Anjos. Ela é Rainha dos Anjos, não apenas porque Deus Padre assim determinou, mas porque os Anjos, ainda que isso não lhes fosse ordenado, se extasiaram ante à santidade de Maria, e reconheceram que a santidade deles mesmos lhes era inferior, e se o inferior deve subordinar-se ao superior, cada anjo de cada coro, submeteu-se à Maria como um vassalo à sua Rainha.

No Paraíso todos querem o que Deus quer, porque não pode haver nada mais justo e perfeito do que a vontade de Deus. Se quis Maria Rainha, todos os anjos e todos os bem-aventurados a aclamaram com aquelas palavras do Cântico: Veni, coronaberis! Vem, serás coroada!

E mais ainda, o Império de Maria se estende também sobre os anjos apóstatas! A Ela, também eles devem obedecer e fugir diante do simples pensamento do Seu Nome! Eles a odeiam, não porque Ela lhes seja superior (como realmente é, como já dissemos) mas porque Ela é o seu oposto. Se neles tudo foi "não" e soberba, n'Ela tudo é "sim" e humildade.

Que grande é essa Rainha! E ainda é nossa Mãezinha!


RAINHA DOS PATRIARCAS

Se o Império de Nossa Senhora começa pelos Anjos, é natural que siga diretamente para aqueles homens que por primeiro foram chamados por Deus e todos os justos do Antigo Testamento, culminando em S. José no Novo Testamento: Rainha dos Patriarcas.

Sim, Abraão, Isaac, Jacó... José, cada um de um modo ainda não plenamente revelado prestou seu culto à Santíssima Virgem, a intercessão de Abraão, a confiança de Isaac, o sonho de Jacó, o cuidado de S. José, tudo era em honra de Maria, porque a Ela estavam destinados como a semente está destinada à árvore.

Nela os anseios dos patriarcas se cumpriram. Nela e a partir d'Ela teve origem a verdadeira descendência de Abraão, não tanto pela carne, mas pela fé. Se Abraão é o nosso Pai na fé, Maria é a Mãe de todos os que crêem.

Se os Patriarcas confiaram nas promessas de Deus, em Maria além da confiança houve o cumprimento.

Nada mais justo, que eles, tendo saído do Limbo quando Nosso Senhor desceu aos infernos na Sexta-feira Santa, esperassem ansiosos o momento em que Nossa Senhora fosse elevada à glória do céu, e lhes fosse dado conhecer o seu rosto.

E talvez Adão, tendo Eva ao seu lado, olhou para Maria e, em nome dos Patriarcas disse-Lhe como antes disseram a Judite: "Tu és a gloria de Jerusalém! Tu és a alegria de Israel! Tu és a honra do nosso povo!"




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