MEDITAÇÕES SOBRE A LADAINHA LAURETANA XXIV


RAINHA DOS PROFETAS

A grandeza e a glória de Maria Santíssima não começam no Novo Testamento. Seus louvores já são cantados no Antigo Testamento, os profetas, particularmente Davi e Salomão, cantam as glórias de Nossa Senhora, nos Provérbios, Sabedoria, Salmos e Cântico.

Nossa Senhora está unida indelevelmente ao seu Filho, de modo que nada que se refira à Nosso Senhor não a toque também. Ela é a Virgem que Isaías anunciou, é a nuvenzinha pequena que viu Elias, é quem tornará Belém a cidade natal daqu'Ele que apascentará Israel, é a Mãe do Belo Amor, como disse Salomão, é a esposa ornada para o esposo de que fala Davi...

Mas ela também é Rainha dos Profetas, por ser aqu'Ela em quem o Espírito Santo faz coexistir profecia e louvor, tal como percebemos no Magnificat. 

É Rainha dos Profetas porque profetiza e é profetizada, porque seu Imaculado Coração se abre para que cada profecia se cumpra, mesmo aquela de Simeão.

Por fim, a palavra profeta significa literalmente "aquele que está diante", o profeta só pode dizer as palavras de Deus, porque as ouviu de Deus. Porque antes de estar diante do povo, sabe estar diante do Senhor. Quem mais do que Nossa Senhora sempre esteve voltada para o Senhor? Ela é profetiza e profecia.



RAINHA DOS APÓSTOLOS

A invocação de Rainha dos Apóstolos é, certamente a invocação mais contra-revolucionária de Nossa Senhora. Porque numa visão revolucionária, se Nossa Senhora não fosse uma "apóstola" isso seria uma discriminação, uma desiguladade, até um machismo ou, como dizem atualmente, um sexismo da parte de Nosso Senhor, ou algo que Nosso Senhor não fez porque a sociedade machista e patriarcal daquele tempo etc etc etc.

Nosso Senhor não deu à Nossa Senhora a dignidade apostólica, não lhe facultou celebrar a Missa ou atender confissões... E o que isso importou à Maria? Nada.

Ao contrário, Ela se regozijava em ouvir S. Pedro, S. João e os outros Apóstolos repetirem novamente as palavras de Nosso Senhor e trazerem Jesus Sacramentado novamente para Ela. Em cada comunhão que Nossa Senhora recebia de joelhos o Santíssimo Sacramento das mãos dos Apóstolos era um novo Magníficat que Ela entoava em louvor de Deus.

Em momento algum, Nossa Senhora chama para si aquela autoridade que Seu Filho deixou com os Apóstolos, mas cumpre junto deles o seu papel de auxílio, refúgio, consoladora.

E por isso, é sua Rainha. Maria é Rainha dos Apóstolos porque soube o seu lugar e o amou. Compreendeu que Ela é a Rainha de um Reino onde o maior é o que serve.

E, servindo aos Apóstolos nas coisas mais naturais ou mais sobrenaturais, Ela nunca deixou de exercer aquele reinado semelhante ao da Mãe em seu lar.


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