MEDITAÇÕES SOBRE A LADAINHA LAURETANA XXI

SAÚDE DOS ENFERMOS

As quatro invocações seguintes da Ladainha apresentam quatro modos particulares como Nossa Senhora intercede em favor do povo cristão: Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos Cristãos.

Nessa primeira invocação da sequência, a Santíssima Virgem é apresentada como Saúde dos enfermos. Deus criou o homem livre de toda a doença e livre mesmo da morte; porém o pecado original fez com que o homem perdesse os dons com os quais Deus lhe ornara, e, pelo próprio pecado, o homem já se tornava doente na alma.

Ademais, o corpo humano torna-se vulnerável a todos os tipos de doenças, causadoras dos mais variados tormentos.

Nesse cenário desolador, surge Nossa Senhora, Salus infirmorum, Saúde dos enfermos.

Do mesmo modo que pela palavra "saúde" compreendemos todos os bens necessários para o corpo, de modo que, poderíamos dizer que aquele que possui saúde possui tudo, a Santíssima Virgem nos traz o único Bem de que nosso corpo e nossa alma realmente necessitam, Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que possui Maria, aquele em quem Maria habita, possui por meio d'Ela a plenitude de Cristo.

Ele é a saúde, ou, como ainda se pode traduzir a palavra salus em latim, Ele é a salvação.

Ao mesmo tempo, a Santíssima Virgem, por meio dessa invocação, pode dizer tal como Nosso Senhor: "não são os saudáveis que precisam de médico, mas os enfermos...". Essa invocação deve encher-nos de confiança especialmente naquelas doenças que podem levar a morte às nossas almas: os pecados. 

Ela, Mãe que é, naturalmente se dedica com mais desvelos pelos filhos que estão feridos e enfermos.

No momento em que algo se fragiliza em nós, tanto mais devemos olhar para Ela e exclamar: Mater mea, Fiducia mea! Minha Mãe, Confiança minha!



REFÚGIO DOS PECADORES

Não houve na Santa Igreja um pecador arrependido que não encontrasse refúgio em Maria Santíssima. A tradição da Igreja nos apresenta até o Primeiro Papa, S. Pedro, chorando junto à Nossa Senhora a sua tríplice negação ao Salvador.

O pecado e o pecador sempre foram merecedores de castigo, ainda mais depois da Paixão de Nosso Senhor. Aqueles que antes pecaram, podiam dizer que não conheciam o amor de Deus, que não tinha certeza de que Deus lhes amava, e por isso, pecavam.

Mas como pode alguém que viu o Crucifixo ser capaz de pecar?

Não sei. Mas sei que peco, e provavelmente você também. 

E ao pecar, nada mereço a não ser o castigo, justíssimo, da parte de Deus.

Mas, o que Deus faz para não me castigar? Apresenta-me a sua Mãe, como refúgio, como proteção.

Mas quando choro com Ela os meus pecados, quando busco nela a fortaleza para não cair mais, Ela mistura as minhas lágrimas com as que Ela derramou na Paixão, e apresenta ao Padre Eterno, e ao ver as lágrimas de Nossa Senhora, Deus com elas lava os nossos pecados em cada confissão, porque não há contrição verdadeira que não leve ao Sacramento da Confissão.

Como é belo ser conduzido por Maria até o confessionário. Que alegria não sente essa Mãe ao ver o seu filho perdido reconciliar-se com o Seu Filho Divino...

Se queremos dar alegria à Nossa Senhora, confessemo-nos!

Quando a sombra do pecado precipitar-se sobre nós, não nos abandonemos ao pecado, ao contrário, recorramos à Nossa Senhora!



 

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