MEDITAÇÕES SOBRE A LADAINHA LAURETANA XII

VIRGEM FIEL
Essa invocação de Nossa Senhora pode ser compreendida de três modos.
Ela é Virgem Fiel, pelo seu perfeitíssimo consentimento a todas as verdades que Deus revelou. Ninguém creu mais do Ela. Sua fé supera de longe a fé de Abraão, uma vez que a este foi poupado Isaac, mas a Ela não foi poupado Nosso Senhor.
Quando Nosso Senhor morreu na cruz, estabeleceu-se uma união perfeita entre três entes: Maria, Fé e Igreja. A tal ponto que se pode dizer que entre a Morte do Senhor e a Sua primeira aparição, Nossa Senhora, a Fé e a Igreja eram uma única coisa. Só em Nossa Senhora havia a fé, e a Igreja se resumia apenas a Ela.
Ninguém mais acreditava, só Ela. E se não havia fé nos outros corações, também não havia a Igreja, a não ser em Seu Imaculado Coração.
Ela é, por excelência a Virgem Fiel, porque jamais duvidou: "Bem-aventurada aqu'Ela que acreditou!", disse S. Isabel movida pelo Espírito Santo.
Mas, como consequência de seu pleno assentimento às verdades de fé, Nossa Senhora permaneceu fiel, quando todos se tornaram infiéis. Não a vemos nos momentos de glória do Senhor, quando era fácil seguí-l'O, mas a vemos na Cruz, quando todos o abandonaram. Quantas obras de apostolado passam pela terrível verdade de que "quando o navio afunda, os primeiros a fugirem são os ratos"! Todos, a começar pelos mais pérfidos, abandonam. Mas Ela, Virgem Fiel, permanece até o fim.
E, por fim, podemos pensar na fidelidade de Nossa Senhora para conosco, tal como lembrávamos na meditação anterior, aquela frase certeira de S. Bernardo: "nunca se ouviu dizer"...
Se fôssemos usar uma linguagem mais corriqueira, Nossa Senhora é cem por cento fiel, cem por cento confiável..."nunca se ouviu dizer..." Quantos Santos se dirigiram à Nossa Senhora amparados nessa fidelidade que S. Bernardo tão fortemente elucida! Santo Afonso chegou a dizer: "não seja eu, minha Mãe, o primeiro desgraçado a dizer que invocou-vos e não foi amparado!" E não foi o primeiro.
E certamente não o seremos nós.

 

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