MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR XXVII


 Diz o Salmista: "Pagaram com o mal o bem que fiz e o amor com ódio" (Sl 108, 5).

Há certas histórias sobre os animais que, ainda que possam ser mitos, podem ser úteis para nosso entendimento sobre certas realidades.

Certa vez ouvi que os tubarões têm um olfato muito apurado e que, mesmo sendo naturalmente ferozes, se sentirem cheiro de sangue sua sanha aumenta ainda mais. Em certo sentido foi o que aconteceu na Paixão do Senhor.

Quanto mais o Sangue do Senhor era derramado tanto mais aumentava nos judeus o desejo de infligir a Ele mais sofrimentos, mais humilhações. Tanto amor que o Senhor demostrou era retribuído com mal, com ódio.

A liturgia da Sexta-feira da Paixão coloca na boca do Senhor os "imprompérios", que são como se o Senhor buscasse entender o porquê nós fizemos isso com Ele. "Foi porque te abri o Mar Vermelho que tu me abristes o peito? Eu preparei para ti uma terra, por isso me preparastes uma cruz? Eu te conduzia pela mão, por isso me conduzistes a Pilatos? Eu te plantei uma vinha e tu me plantastes uma lança no coração. Eu te dei águas doces, e tu só me destes amargura..."

O mal mostrou todo o seu poder na Paixão do Senhor. Mas Jesus venceu a potência do mal com a onipotência do amor. Um amor que tantas vezes só lhe causou mais dor, mais sofrimento. Mas Nosso Senhor não se cansou de amar, porque o amor não cansa e nem se cansa.





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