MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR XXV

 



Diz o Espírito Santo: "Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento, para que ele oferecesse sua vida em sacrifício expiatório" (Is 53,10).

Os textos bíblicos que se referem à Paixão de Nosso Senhor são unânimes em indicar que o sofrimento do Senhor foi em grau superlativo. Não foi apenas um sofrimento físico ou uma contradição moral: Nosso Senhor foi esmagado pelo sofrimento. 

Mas, se fosse possível organizar em ordem de grandeza os sofrimentos do Senhor, certamente nos primeiros lugares estaria uma coisa, o silêncio. O silêncio dos homens bons que poderiam intervir contra todas as maldades que se erguiam contra o Nosso Senhor, mas também o silêncio de Deus. O Pai eterno se cala diante de todos os gemidos de seu Filho, e, mais ainda, permite que eles cheguem a um grau como jamais se repetiria na história da humanidade.

O silêncio, muitas vezes, fere mais que uma agressão verbal ou física. Penso que os casais experimentam isso de uma forma muito forte. Às vezes o silêncio agride mais que uma discussão. Preocupa mais o casal que fica em silêncio do que o casal que briga (evidentemente que dentro de certos limites).

Mas já recordamos algumas vezes nessas meditações que a Paixão do Senhor continua, não é um fato passado. E o silêncio dos bons faz continuar essa Paixão na Igreja. Quando o mal é pouco, poderia até se supor que bastaria fazer coisas boas que elas tirariam a força das coisas más, mas se o mal chega a se estruturar quase que numa igreja paralela, não se pode calar, não se pode deixar de combater.

Silenciar diplomaticamente é um modo sutil de traição ao Senhor.


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