ORAÇÃO

 

Ao dizer do modo como Jesus rezava, o Santo Evangelho não fala de outro modo senão que Nosso Senhor "se entregava à oração". 

Entregar-se à oração...

Isso é bem diferente do que costumamos fazer. E poderíamos apontar duas razões para as nossas dificuldades na oração. 

A primeira é o ativismo. O ativismo nos leva a agir antes da oração, e como as atividades geralmente são infinitas, a oração inexiste. Quando deixamos a oração para depois, para a próxima oportunidade, para aquele momento entre duas atividades nas quais uma com certeza vai atrasar e, aí poderemos rezar, relegamos a oração ao último lugar. 

A segunda seria uma, desculpe o neologismo, perfectolatria. É exigir de nós mesmos uma oração tão perfeita, e para isso um estado de ânimo tão perfeito, a isenção de todo pecado mortal, os sentimentos mais elevados, as inspirações mais sobrenaturais que a oração se torna uma adoração de nossa própria perfeição, ou, como isso é quase impossível, a oração simplesmente não acontece.

Entregar-se à oração para nós será o desejo de rezar bem, mesmo sem conseguir. É tentar pensar em Deus, quando nos vemos seguindo o voo ziguezazeante de uma mosca, é perdoar aquela pessoa que "nos atrapalhou" na oração.

Entregar-se à oração é entregar-se a Deus, como somos, do jeito que estamos. Sem deixar para depois.

Comentários