NÃO

 

S. Marcos narra muitas vezes o poder que o Senhor têm sobre os espíritos maus e os exorcismos que o Senhor ministrava. É claro que o que hoje conhecemos como certas doenças e que, graças a Deus, já possuem tratamento e cura, muitas vezes eram consideradas como influência do demônio. Mas o Evangelista escreve com o conhecimento e a cultura que tem, referindo-se a elas também no conjunto dos exorcismos do Senhor.

Por outro lado, há, conquanto sejam breves as narrações, casos em que realmente Nosso Senhor está num embate com espíritos malignos. Espíritos esses que eram capazes de reconhecer quem era Aquele que os expulsava.

Diante dessas situações, o Senhor tinha por norma habitual "não deixar que os demônios falassem". E é esse o ponto que gostaria de meditar hoje com vocês.

"Não deixar que os demônios falassem". Significa que nada que venha do mal nos interessa, portanto não há porque dialogar com ele. Não apenas não dialogar com o demônio pessoalmente (o que imagino a maioria de nós não gostaria de fazer), mas também não dialogar com as tentações, não dialogar com as nossas inclinações para o mal, não dialogar com as nossas fraquezas.

Na origem de muitos pecados nossos não está exatamente uma tentação do demônio, mas a nossa mania de conversar com as nossas fraquezas: "Bem... eu me confessei há pouco tempo, mas isso não é um pecado mortal... é só venial..." "Noooossa! Eu soube que tem gente que faz coisa pior... não é tão grave eu fazer isso, depois confesso e tudo volta a normalidade!" "Eu já venci tantas tentações, pelo menos nessa hoje eu poderia cair..." E a pior de todas: "JURO QUE ESSA SERÁ A ÚLTIMA VEZ!"

Não deixar os demônios falarem. 

Cala-te.

Precisamos às vezes dizer isso não tanto empunhando o crucifixo e a água benta, mas diante do espelho.

Não deixar os demônios falarem. Quantas vezes é esse diálogo a causa de estarmos tão longe de Deus...

E calando os demônios, ouvir Aquela que os venceu por primeiro: Nossa Senhora, Mãe do Bom Conselho.

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