MÃE

 

A palavra "mãe" pode ser traduzida do latim por três palavras distintas: genitrix, parens, mater.

Todas são traduzidas como "mãe", mas genitrix traz consigo a ideia da geração, é aquela que gera, aquela na qual a vida se desenvolve, a que concebe.

Parens, por outro lado, traz a ideia da gravidez, do nascimento, do parto. É aquela que dá a luz.

Mater, é a expressão mais comum. É "mãe mesmo", ou seja, aquela que cuida, que protege, que educa.

A liturgia latina aplica as três palavras à Maria, e em cada uma delas, a palavra vela um milagre.

Em Genitrix o milagre é a concepção virginal de Nosso Senhor. Uma Virgem que, sem auxílio de um homem, mas unicamente à sombra do Espírito Santo, é capaz de conceber, e sendo desposada pelo Espírito Criador não poderia ter a sua virgindade destruída: concebe virginalmente. E concebe virginalmente não uma criatura, mas o Criador. Se torna Mãe daquele que a fez.

Em Parens o milagre é o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, também virginal. O Sol do meio dia não arrebenta, ao contrário, torna ainda mais belos os vitrais por onde passa sua luz. Assim também, Nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro Oriente, o verdadeiro Sol Nascente - Sol cujo brilho se comparado ao sol material o transforma em menos que um vagalume... - não "arrebentou as vidraças de Maria" ao contrário, tornou-A ainda mais bela, mais luminosa, mais diáfana.

E em Mater? Nesse subjaz o milagre da humildade. O milagre do Verbo Encarnado que quis depender de Maria. Mais ainda, quis aprender d'Ela. Quis ser obediente a Ela. Aquele que possuiu tudo e todos sob seu império quis fazer-se dependente e obediente a Maria.

Que soberba a dos homens e dos anjos que não querem obedecer àqu'Ela a quem o próprio Filho do Padre Eterno se fez submisso! Quanto aos anjos, seu destino já está estabelecido. Quanto aos homens, que se convertam!

Ó Maria, Mãe de Deus! 

Concedei-me a imensa de graça de ser vosso escravo, já que o próprio Jesus Cristo, Sabedoria Encarnada, fez-se submisso a Vós.

Ó Mãe de bondade e misericórdia, acolhendo-me como escravo vosso, colocais-me no número daqueles que amais, alimentais, ensinais, guiais, nutris e protegei. Vossa Alma passa a misticamente habitar em mim, vossos méritos se tornam tesouro do qual eu posso desfrutar! Que graça mais poderia eu pedir?

Só uma: fazei-me perseverar nesse propósito.



Comentários