LEÃO

 

Há um hino à Nossa Senhora que em certo momento diz que Nossa Senhora é: "pequena e grande, leão e cordeiro".

Essas aparentes contradições que o hino atribui à Santíssima Virgem são compartilhadas pela mesma Senhora com aquelas almas que mais se parecem com Ela, ou seja, as almas puras.

A pureza e a inocência são virtudes que consideramos quase que próprias das crianças, e só mantendo essa pureza infantil é que um adulto pode ser considerado realmente grande. A castidade é a virtude que se conquista com a força de um leão e que nos torna serenos como um cordeiro.

Assim é a "pequena grande" Santa Inês.

Aos doze anos, seu testemunho seria inaceitável pelos homens, mas esse mesmo testemunho (em grego martýrion) foi aceito por Deus. Um duplo testemunho: da fé e da inocência. Da fé ao não sacrificar aos ídolos, e da inocência ao não voltar atrás no seu voto de consagrar sua virgindade a Deus.

O hino do ofício de laudes hoje traz uma frase atribuída a Santa Inês. O prefeito de Roma teria acendido um braseiro diante dela para que queimasse incenso aos deuses pagãos, ao que ela respondeu que não derramaria ali incenso em homenagem aos deuses, mas seu sangue em homenagem ao verdadeiro Deus, e que o seu sangue derramado sobre as brasas as extinguiria.

Estamos nos referindo à uma mocinha de 12 anos...

Queridos amigos, há sempre diante de nós um braseiro fumegante convidando-nos a sacrificar aos nossos ídolos, às nossas vontades. Não há extintor ou água que apague esse braseiro, só nosso sangue derramado - geralmente simbolicamente falando - pela perseverança na oração, pela vida sacramental, pela prática das penitências, é capaz de extinguir essas chamas.

Que S. Inês interceda por nós para que tenhamos em nós a força desse leão, que em seu nome e para Cristo sempre foi cordeiro.

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