BRASTEMP

 


Imagine que alguém perguntasse como vai a sua vida espiritual. E a sua resposta (ainda que provavelmente fora de moda) fosse: "Não é nenhuma brastemp..."
Essa resposta não seria nada boa.
Porque a vida espiritual se assemelha bastante à uma maquina de lavar. Onde a primeira ação é... lavar.
A primeira coisa de que necessitamos é sermos limpos, lavados de nossos pecados. No tempo do Natal celebramos a Circuncisão do Senhor, a importância dessa festa não é apenas a pertença oficial do Senhor ao povo eleito, mas o começo de um derramamento de Sangue que assim o seria até extinguir-se como preço da Redenção de cada homem.
"O Sangue de Jesus nos purifica dos nossos pecados", nos recorda o Espírito Santo. Portanto, esse Sangue não pode ser derramado em vão. Isso acontece quando, vendo o Sangue derramado do Senhor, preferimos pisotear esse Sangue para seguir o caminho de nossos pecados.
Somos lavados.
Mas também somos amaciados. A simples purificação de nossos pecados não é o suficiente, é necessário que a humildade do Verbo que se fez carne, do Pai que entrega o Filho para resgatar os escravos, amacie os nossos corações, tantas vezes endurecidos.
Lavados, amaciados agora vamos para aquilo que Chesterton afirmava ser o grande diferencial da fé católica: a força centrífuga.
Aliás, essa reflexão surgiu em torno dessa afirmação, e da "centrífuga" veio o resto.
Para Chesterton as demais religiões levam o homem a buscar um "encontro consigo mesmo", já o catolicismo leva exatamente ao contrário: ao encontro do Outro. A realização cristã não busca um encontro consigo, mas um encontro com Deus e com o próximo, cujos amores são refletidos um no outro.
Enquanto o mundo segue cada vez mais religiões centrípetas, que levam a um culto de si mesmo - e depois questiona o fato das pessoas serem tão egoístas - o Senhor nos joga para fora de nós mesmos: para o encontro com Ele e com o próximo.
Que Nossa Senhora opere essa brastemp que tem que ser a nossa vida espiritual.

Comentários