AUTORIDADE


S. Marcos em seu seu Evangelho ao relatar a reação do povo diante das palavras e ações do Senhor, refere-se da grande admiração que Nosso Senhor causava neles por que algo que se distinguia n'Ele era a autoridade.
A autoridade de Nosso Senhor não vinha de algum recurso de oratória ou de algum mecanismo psicológico ao qual recorresse. A autoridade de Nosso Senhor fundamenta-se no fato de que as suas palavras estavam baseadas em sua própria vida, sendo um transbordar de Seu Divino Coração e porque o Padre Eterno o revestiu de toda a sua autoridade.
Esses dois pontos são essenciais para que a autoridade seja vista como uma conseqüência natural e não uma usurpação. 
Se aquele que detém a autoridade não a recebeu diretamente de Deus, através da Igreja e não a confirma constantemente pela coerência entre palavra e vida, a autoridade se torna a mais cruel tirania. Porque é a separação entre a autoridade e a legitimidade. 
A autoridade não é legítima por si mesma, nem torna legítimos todos os seus atos se não estiver conforme Aquele de quem e àqueles para quem ela, a autoridade, se destina.
A autoridade é ilegítima quando se é "auto-atribuída", por exemplo, se um leigo atribuísse a si a ordem presbiteral, e se pusesse a celebrar a missa, por exemplo. 
Mas também é ilegítima a autoridade daquele que, mesmo tendo recebido a ordem presbiteral, vai contra os princípios de Deus e da Igreja que lhe conferiram a autoridade.
Isso é o que tem gerado perplexidade entre os fiéis. E uma perplexidade cada vez mais crescente, quanto mais crescente é a evidência da crise.
Àqueles que se atribuem a si mesmos uma autoridade que não têm, os fiéis devem ignorar.
Àqueles que tendo a autoridade, a usam em nome próprio e não em nome de Deus e da Igreja, só cabe uma resposta do povo: resistir.
Mas sem esquecer que a defesa da fé, a santidade e a propagação da fé são -não apenas direito - mas obrigação de todos os fiéis. 
Que Nossa Senhora ponha em nossas mãos as espadas da fé e da verdade. Deus vult.

 

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