MANDAMENTOS
Os Mandamentos.
Diante de um relativismo e de um liberalismo cada vez mais presente nas consciências a própria palavra "mandamento" já parece uma ofensa. E a simples consideração de que existem Mandamentos e que devem ser observados, ou seja, obedecidos pode parecer uma espécie de fixação doentia.
Se há algo que se pode atribuir a Deus é a simplicidade. Deus é simples, e a sua simplicidade manifesta-se especialmente em nos dar mandamentos - de modo que não precisamos adivinhar sua vontade - e nos próprios mandamentos que nos deu: três diretamente ligados a Ele e os outros todos relacionados a nós. E em cada mandamento a "preocupação" de Deus é com a nossa alegria, com a nossa liberdade, com a nossa paz.
Quando um Mandamento nos custa muito, e sempre há um ou outro que custa um pouco mais, isso se deve ao desequilíbrio que o pecado original causou em nós. E basta colaborarmos com a graça de Deus de um modo mais intenso para que Ele mesmo nos ajude a cumprir o que nos manda.
Falar de Mandamentos e, consequentemente, de pecados não é uma obsessão. É um ato de caridade. Os danos que os pecados causam às nossas almas, e às vezes aos nossos corpos e mesmo à sociedade são imensos. Mesmo aqueles pecados mais secretos.
Por isso, a Igreja como obra de misericórdia sempre considerou ensinar quem não sabe e castigar aquele que sabendo, erra.
Mas a Igreja ensina através de homens e mulheres que não são perfeitos e que também pecam, também lutam para serem perfeitos e também caem. E às vezes devem por obrigação de amor, corrigir nos outros os pecados que também eles ainda cometem. Isso não é hipocrisia. Não esperamos ser perfeitos para poder corrigir os nossos irmãos. Não lhes falamos de um pedestal, mas com o mesmo pé na terra, na lama do pecado. Um servindo de apoio ao outro.
Que redescubramos a bela expressão de que um irmão ajudado pelo outro é como uma cidade fortificada. E assim, fracos sozinhos, somos fortes juntos. Porque o Senhor é a nossa força.
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