INSATISFEITOS


 Santa Jacinta dizia no fim de sua vida que os pecados que jogam mais almas no inferno são os pecados contra a pureza, contra a castidade. E certamente é verdade. Mas existe um outro gênero de pecados que nos fazem viver o inferno na terra, que são os pecados da soberba, do orgulho.

O orgulhoso nunca está feliz, nunca está satisfeito. E a culpa da sua insatisfação não está - segundo pensa - nele mesmo, mas nos outros. O orgulhoso é aquele que espera o momento mais maravilhoso para fazer o que sabe que deve, um momento tão maravilhoso, tão merecidamente maravilhoso, que não chega nunca.

Os humildes acolheram a pregação de S. João Batista e se converteram, a austeridade de João, sua vida penitente falou aos seus corações. Também foram os humildes que foram cativados pela simplicidade e acolhida de Nosso Senhor, que embora também fizesse penitências, tinha essa característica mais acolhedora.

Já os orgulhosos pensavam que João era penitente demais, e Jesus acolhedor demais. Nem um nem outro estavam à altura do que eles esperavam para poderem começar a se converter - se é que realmente se julgavam necessitados de conversão...

Como escreveu Fulton Sheen, só dois tipos de pessoas souberam acolher Jesus: os que não sabiam nada e os que sabiam que não sabiam tudo.

Queridos amigos, o orgulho não nos leva apenas a não nos entregarmos ao Senhor, mas em esperarmos o momento mais fantástico e glorioso para essa entrega, quando o Senhor nos espera na troca de fralda do bebê ou no silêncio mantido com custo numa discussão.

Não vivamos o inferno na terra (além de vivê-lo depois da morte, uma vez que o soberbo é aquele que comete o mesmo pecado de satanás, que sendo apenas espírito não comete pecados carnais...), acostumemos nossos corações a austeridade e à acolhida, e que tudo seja para nós uma chamada à conversão.

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