ADVENTOS


 

A Igreja, repetindo a doutrina dos Santos Padres, nos recorda que em Cristo temos três adventos: o primeiro é o Seu Natal segundo a carne, quando nasceu pobre e humilde no presépio de Belém. Falamos em "Natal segundo a carne", porque em Cristo há dois nascimentos: um no qual Ele do Pai, antes de todos os séculos, e o outro no qual nasce da Virgem Maria em nosso tempo mortal.

Há também um último advento de Cristo que se inaugura no dia de sua Ascensão. Os anjos anunciam aos Apóstolos que não era necessário ficar olhando para o alto, aqu'Ele que subiu, descerá. Mas não mais na humildade do presépio, mas como Rei do Universo e Juiz da História.

E há uma terceira vinda, um terceiro advento (advento quer dizer vinda, não preparação...) que é constante. O primeiro e o último acontecerão uma só vez. Mas esse terceiro é constante e acontece, dezenas, centenas de vezes a cada dia em nossas almas. Você já sentiu um desejo de possuir a Deus? A inspiração para uma obra de caridade? Um impulso para ter mais gana na vida espiritual? São os adventos do Senhor. São as suas vindas às nossas almas para nunca deixá-las como antes.

O tempo do advento em cuja segunda fase já estamos, tendo os olhos mais voltados para o Nascimento de Nosso Senhor, nos faz pensar naquela frase de S. João: "veio para os que eram Seus, mas os seus não O receberam...". Foram as portas fechadas de Belém, a inveja de Herodes, a fuga para o Egito, a tentativa de apedrejamento na Sinagoga... Ele sempre chegando, e nós sempre ignorando.

É muito fácil ignorar Jesus, porque sua presença nunca é imposta, mas proposta.

Que sendo d'Ele, o acolhamos. Que reparemos a frieza dos moradores de Belém, a loucura de Herodes, o ódio dos concidadãos... Digamos hoje e sempre, muitas vezes: Vem, Senhor! Vem ao meu coração! Descansa aqui, aninhe-se aqui. Eu sou do meu Amado e o meu Amado é meu.


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