SEGUNDO DIA DA NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

 

Antes de entrarmos na mensagem propriamente dita da Santíssima Virgem Maria em suas aparições em Rue du Bac, creio ser bom refletirmos sobre um personagem muito importante na história da Medalha Milagrosa, o Pe. João Maria Aladel.

Esse sacerdote era o confessor do noviciado das Filhas da Caridade que ficava situado em Paris, na Rue du Bac. Era com ele que Santa Catarina Labouré devia abrir sua alma e revelar tudo o que de extraordinário acontecia com ela. Desde as visões do coração de S. Vicente e de Nosso Senhor na Santa Missa, o Pe. Aladel jamais deixou de reprovar a Ir. Labouré, sempre com palavras duras e mesmo pouco gentis, a induzia a não acreditar em nada do que o Céu lhe mostrava, fazendo-a pensar que fossem coisas dela mesma, para chamar a atenção sobre si.

Por um lado, como já falamos, algumas previsões de Santa Catarina pareciam completamente despropositadas, mas todas elas se cumpriram e mesmo diante do cumprimento delas o Pe. Aladel não mudou sua posição.

Demorou anos para mandar cunhar as primeiras medalhas e só o fez por insistência do Arcebispo de Paris. E, como se não fosse o bastante, não seguiu o modelo apresentado pela Virgem Maria, mas um dele mesmo que lhe parecia melhor!!!

Na verdade, Nossa Senhora apareceu a S. Catarina segurando um globo que era, como Ela mesmo fez S. Catarina entender, um símbolo do mundo todo, da França e de cada alma em particular. Nossa Senhora estava sobre uma meia esfera, esmagava uma serpente e oferecia o globo a Deus. Nos dedos de Nossa Senhora muitos anéis, uns brilhavam mais, outros menos. Dos anéis saíam raios sobre o mundo. E em torno apareceram as palavras da jaculatória: Ó Maria concebida sem pecado etc.

Mas essa representação de Nossa Senhora (feita por Ela mesma) não agradou o Pe. Aladel que procurou um modelo “mais apropriado” nas representações da Imaculada de braços abertos e esmagando a serpente.

E mesmo vendo os milagres operados pela medalha, Pe. Aladel nunca foi um grande entusiasta. E levou para o túmulo tudo o que Santa Catarina lhe havia dito da parte da Virgem Maria. E mesmo a forma original da aparição.

Como vimos ontem, temendo que a mensagem se perdesse, Santa Catarina procurou sua superiora e revelou tudo, graças à essa inspiração de Santa Catarina que se manteve no anonimato por quarenta anos, é que podemos conhecer a história da Medalha Milagrosa.

Quando a superiora ficou sabendo que nem a imagem na medalha era como Nossa Senhora tinha mandado, pensou se não seria o caso de cunhar medalhas com a imagem “correta”, mas a Ir. Catarina respondeu categoricamente: “Oh, não! Não se deve alterar nada na medalha!”. Em dezembro de 1830 Nossa Senhora apareceu pela última vez a S. Catarina, mas lhe disse que ela ainda poderia ouvir a sua voz. Certamente foi a voz de Maria que garantiu a Ir. Labouré que as graças seriam concedidas através daquela medalha, e os fatos e milagres também falavam por si.

Não tenho a intenção de despertar em ninguém nenhuma antipatia pelo Pe. Aladel, ao contrário. Gostaria de que pensássemos como somos iguais a ele, lentos para fazer a vontade de Deus, desconfiados da sua graça e teimosos em nossas manias.

Mas mesmo assim, Deus não deixou de agir através de Nossa Senhora.

Como é difícil fazer o que Nossa Senhora pede...

Cunhar uma medalha, rezar o terço, consagrar a Rússia...

Não, não é difícil.

Difícil é sermos obedientes, porque nossa soberba aliada a um desejo de agradar a todos custe o que custar não nos permitem executar pessoalmente ou institucionalmente o que Nossa Senhora pede.

Se sendo assim, não conseguimos impedir Deus de agir, o que acontecerá quando nos decidirmos a ser bons instrumentos. Dóceis, maleáveis, obedientes?

Seremos “estabelecedores” do Reino de Maria.

 


Comentários

  1. REALMENTE NOS FALTA HOJE A OBEDIÊNCIA A BOA VONTADE EM OUVIR E DAR A DEVIDA ATENÇÃO A QUEM NOS PEDE AJUDA
    QUE A VIRGEM MARIA E SANTA CATARINA LABORET
    NÓS AJUDE A SER MELHOR AMEN

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