GUERRA

 

Bom dia. Estamos em guerra.

Espero não ser o primeiro a lhe dar essa notícia. Aliás, gostaria muito que você já o tivesse percebido.

A vida do homem sobre a terra sempre foi uma luta, como testemunha o Santo Jó. Porém, à medida em que se aproxima do fim, é natural que essa luta fique mais intensa. 

Sempre houve erros, maldades, pecados, heresias. O desafio maior da guerra a que nossa geração é chamada é que se antes tínhamos erros, maldades, pecados e heresias que se apresentavam como tal, hoje ao erro se chama verdade, à maldade se chama bem, ao pecado chama-se virtude e à heresia chama-se como nova compreensão do pensamento tradicional.

Se antes era mais fácil estabelecer o limite do bem e do mal, hoje, já não é tão mais fácil assim. Se houve um tempo em que o templo era refúgio, hoje também ele é campo de batalha.

Sendo assim gostaria de propor aos fiéis algumas atitudes perante à crise. Não sou o primeiro a fazer isso, nem serei o último, mas creio ser também meu dever fazer isso.

1. Não morrer de fome.

É natural que nas batalhas sejam feitos cercos. Os inimigos sitiam uma cidade e não permitem que nela entrem os víveres necessários à sobrevivência de modo que num enfrentamento os soldados da cidade estejam fracos, com fome, desnutridos. Ou que a própria fome leve a cidade a entregar-se.

Nessa Cidade de Deus que queremos defender, precisamos compreender que necessitamos de alimentos e eles são três: doutrina, oração e sacramentos. Os dois primeiros são cultivados em nós mesmos, mas o terceiro nos vêm de fora, e aqui está a dificuldade. Muitas vezes aqueles que querem combater acabam por afastar-se dos sacramentos por encontrá-los sempre nas mãos de pessoas que não combatem pela fé, ou, tanto mais dor, lutam contra ela. Desse modo, por exemplo, ir à Santa Missa torna-se muitas vezes algo difícil e quase impossível. Nesse caso, precisamos compreender que a tradição da Igreja, num julgamento, sempre parte do pressuposto da validade dos sacramentos, mesmo que os ministros não sejam o que se espera. E que, em casos mais extremos, como na época de S. Catarina de Sena, quando os sacerdotes celebravam deliberadamente sem a intenção de consagrar, a Santa aconselhava seus filhos espirituais a não deixarem de ir à Missa, mas que ao adorar a Hóstia e comungar o fizessem "sob a condição de que é o Senhor que está ali presente".

Para aqueles que vivem em família nem sempre será conveniente fazer com que todos busquem o lugar e o ministro que seja um dos nossos, que combata do nosso lado, portanto, busquem pelo menos vez por outra, o que for mais prático tendo em conta duas atitudes: a atenção para em casa corrigir os erros que possam ter sido ensinados e não colaborar minimamente com o erro, mesmo financeiramente.

Muitos bons soldados correm o risco de morrer de inanição, porque sendo poucos os verdadeiros refúgios, não se dispõe a catar entre os pés dos inimigos o alimento de que necessitam. Sim, isso é humilhante, mas não esqueçamos que o Senhor erguerá os humildes e rebaixará os soberbos, como nos ensinou Nossa Mãe Celeste.

E, particularmente o Santíssimo Sacramento não nos é dado apenas como alimento, mas também como cumprimento da promessa do Senhor de estar conosco todos os dias. Necessitamos passar um tempo com o Senhor, se possível diariamente. E se sabemos de coisas erradas que são promovidas naquele lugar que deveria ser destinado ao culto de Deus e não do homem, mas uma razão para estarmos ali, aos pés do Senhor, por amor, necessidade e reparação.


2. Fortalecer os aliados

Não somos absolutamente unânimes em todos os aspectos. Mas sabemos quem combate conosco e contra nós. Aos primeiros precisamos fortalecer. São livrarias, centros de apostolado, institutos religiosos, pessoas consagradas que necessitam e muito de nossa oração e de nossa ajuda, também financeira. Sabemos que há um certo embargo dos que estão no erro em relação àqueles que buscam viver a integridade da fé, exatamente por isso, precisamos apoiar essas iniciativas e pessoas, ainda que hajam certos pontos de divergência - que os inimigos da fé querem ressaltar para manter-nos divididos - mas que diante da grandeza da crise, nem sempre serão pontos fundamentais.


3. Não esconder-se

Diz o Espírito Santo: "A glória deles está no que é vergonhoso". Assim os inimigos da verdadeira fé mostram-se, orgulham-se, bajulam-se. Encontram ainda solene poleiro nos meios de comunicação que atinge uma grande parte de pessoas mental e intelectualmente enfraquecidas. E destilam a má doutrina ora em jogos sentimentais de palavra (que lidos, numa segunda vez, percebemos a imbecilidade...) ora até mesmo com a doutrina autêntica, tornando seu discurso mais próximo à verdade e por isso ainda mais danoso.

Enquanto isso, muitas vezes, aqueles que conhecem e desejam a Santa Doutrina ora se escondem pessoalmente ou em grupos semelhantes às catacumbas. E quando se dão a conhecer o tentam fazer como moderados para não chocar nem escandalizar os que foram sepultados no erro. Ora, escândalo é a atual situação da Igreja. Escândalo é que ninguém se levante em defesa dos direitos de Deus. Isso é um escândalo. O resto é guerra. Guerra em que Maria Santíssima nos garante que venceremos.


4. Buscar a própria conversão

Uma grande arma dos inimigos é apontar as fraquezas dos outros. E se não tiver o que apontar, inventa-se. Por isso, é urgente que aqueles que estiverem dispostos a combater por Deus não descuidem do campo de batalha que são suas próprias almas. Quanto mais santos, mais a graça de Deus poderá agir com mais força, tanto mais sua luta externa será grata a Deus e mais eficaz.

Ao mesmo tempo, a luta externa não se dá APÓS, mas AO MESMO TEMPO, que a interna. Não há tempo, e ambas as lutas dão-se ao mesmo tempo e assim também vamos criando mais oportunidades de crescer na humildade, caridade, mansidão, paciência...


5. Não perder a fé

A certeza é a vitória. Não há dúvidas.

Assim prometeu o Senhor. E também sua Mãe Santíssima.

Em várias aparições, particularmente em Quito, Medalha Milagrosa e Fátima, Nossa Senhora prometeu que, quando tudo parecer perdido, seu Imaculado Coração triunfará. A luta é nossa, mas a vitória será de Maria. É Ela quem vencerá.

Nós lutaremos e lutaremos até chegarmos à beira da derrota. E nessa hora, na pior hora, quando não se puder mais atribuir a nós a vitória, Ela vencerá. Ela para nós é Mãe, mas para os outros é terrível como exército em ordem de batalha. Ela sozinha é o exército.

Nosso papel não era vencer, mas não deixar a fé esmorecer. É Ela quem vencerá.

Como SABEMOS - não é uma suposição - que chegaremos à quase derrota, é necessário que não percamos a fé. Que não desanimemos, mas que cada golpe recebido, que cada humilhação atribuída, que cada ferida aberta, aumente a nossa sanha. Não temos o direito de recuar! É pela fé, como minoria quase derrotada, sem os meios maravilhosos que só os inimigos dispõem, que Maria, cujo Nome Santíssimo precisa ser para nós um brado de guerra, vencerá.

Não nos assuste isso. Preparamos a vitória de nossa Mãe. A veremos vencer e com Ela venceremos como soldados da fé.


Comentários

  1. É graça de Deus ter a certeza da Vitória peçamos a mãe que o filho atende, pois ela sempre nus unirá ao teu filho🙏🙏🙏

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