SUBMISSÃO

 

O Apóstolo S. Paulo, estabelecendo a relação matrimonial homem-mulher como "sacramentum", imagem, sinal do matrimônio Cristo-Igreja, exorta as mulheres a serem submissas aos seus maridos do mesmo modo que a Igreja é submissa para com Cristo. 

Essa expressão, em muitos meios, causa revolta, ódio mesmo, acusando S. Paulo (e a Igreja toda) de machismo, que ninguém deve ser submisso a ninguém, que somos todos iguais. Ora, se quisermos o mínimo de ordem nas coisas, devemos reconhecer que não é bem assim.

Quando assinamos um contrato de emprego, assinamos a nossa submissão àquele que for o nosso patrão. Não estamos dizendo que ele seja humanamente superior a nós, para que haja um bem-estar na vida de trabalho é importante que eu esteja disposto a obedecer as normas da empresa e as ordens dele. No âmbito familiar, os filhos precisam submeter-se aos pais. Ambos possuem a mesma dignidade humana, e os pais não podem dispor dos filhos a seu bel prazer, ao ponto extremo de retirar a vida deles seja ainda no ventre materno ou como já se fala em certos países uma espécie de "aborto" até os 8 anos de idade (!!!!!!). Na verdade durante bom tempo, às vezes durante toda a vida, os pais irão servir aos filhos, mas esse serviço não tira a sua autoridade e a submissão que lhes é devida.

É nessa perspectiva que precisamos compreender a submissão da esposa ao esposo.

Primeiro a Igreja-Esposa submete-se ao Cristo-Esposo, que é Perfeito Deus e Perfeito Homem. Pode ser submissa sem medo, sem receio, porque tudo o que lhe vêm desse Esposo Divinal é superlativamente bom, justo, santo e perfeito.

A mulher-esposa deve submeter-se ao seu marido, mas sem imaginar que o sacramento do matrimônio confirmou em graça o seu esposo, tornando-lhe imaculado e perfeito. Assim, o primeiro aspecto da submissão da mulher ao seu marido é a a misericórdia e o perdão. Ao criar a mulher, parece que Deus derramou nelas uma capacidade de perdoar semelhante à d'Ele mesmo. A Bendita entre todas as mulheres da terra e Esposa do Espírito Santo é, ao mesmo tempo, Mãe de misericórdia.

Não é capaz de perdoar aquele que não sabe diminuir-se. Porque aquele que se aumenta, aumenta junto as ofensas recebidas. O humilde perdoa mais que o soberbo (que não perdoa nunca). Aqui, encontra-se a primeira submissão da mulher ao marido: perdoar. 

As mulheres, tanto mais perfeitas quanto menos feministas, uma vez que o feminismo advoga não tanto que as mulheres e os homens tenham a mesma dignidade - o que sempre foi afirmado pela Igreja, desde a interpretação de que Eva é tirada do "meio" de Adão, não de sua cabeça ou de seus pés... - mas que, na prática - homens e mulheres tenham os mesmos defeitos. Desse modo, se o homem trai, o feminismo afirma que também a mulher deve trair; se o homem bebe no boteco fumando e falando palavrão, a "verdadeira" mulher faz o mesmo... e assim por diante. Desse modo, o feminismo, destrói a imagem admirável e venerável que todo homem saudável tem pela grande obra de Deus que é a mulher.

Admitindo que seu esposo possui defeitos e, em primeiro lugar perdoando-os, a segunda submissão é a correção fraterna, ou esponsal. É quando, passada a tormenta (o aborrecimento, a vergonha, a raiva, a decepção) a mulher é capaz de dizer o quanto aquela atitude do seu amado esposo a feriu. É necessário que passe um tempo entre a ação e a correção, primeiro pela exaltação dos ânimos, segundo porque o tempo nos ajuda a enxergar as coisas na medida que realmente têm e nos impede de querer matar uma barata com um canhão, terceiro porque na frente das outras pessoas não se faz correção, se dá bronca.

A correção exige mais humildade daquele que faz do que aquele que recebe. Porque sabemos que vamos desagradar. Estamos pondo em risco nossa estima, nossa imagem... mas submissamente estamos dispostos a sacrificar tudo para que o outro ganhe o céu.

A correção não versa apenas sobre o que se fez de errado, mas sob o que não se está fazendo de bom. Vejo o outro rezar? O outro tem se confessado? Tem sido preguiçoso? Desleixado?

Somente após essas modalidades de submissão é que o que geralmente é vivido em nossos lares, os cuidados com as coisas, a arrumação da casa, a cozinha, a roupa, o aparo da barba, a unha cortada etc assumem realmente diante de Deus o valor que devem ter.

PS. Para que os maridos não passem em branco... Das esposas o Espírito Santo pede submissão, dos maridos amor e disposição de dar a vida. Todo marido têm a Sindrome de Clarck Kent, ou seja, gostaria de manifestar o seu amor pela esposa salvando-a do Lex Luthor, dando voltas com ela em torno da terra e levando-a para um pique-nique na lua... Os maridos (todos os que eu conheço) dizem estar dispostos a defender a vida das esposas com a sua própria, mas (alguns deles) são incapazes de ajudar na louça de ficar um pouco mais com os filhos ou de simplesmente reconhecer que a "bateria" da esposa está ficando fraca... ainda que nos olhos dela esteja escrito "reconecte o carregador"... Não se dá a vida do jeito que eu acho, mas do jeito que o outro precisa. O amor que muitos esposos têm por sua esposa é um amor inútil, talvez por isso muitas não se sintam realmente amadas. E a vida marido-mulher, se transforma numa vida segurança/provedor x diarista/babá sem férias.

Deus nos quer felizes. Se algo não nos faz feliz ou é algo momentâneo que podemos oferecer a Deus como uma penitência, ou é algo que precisa urgentemente de conversão na vida de um, de outro, ou, geralmente o mais comum, de ambos.

Casais, sejam Santos!

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