CONVERSÃO


 A palavra "conversão" geralmente nós usamos para significar a passagem que uma pessoa faz de uma vida de grandes pecados para a busca da santidade. Mas a conversão precisa ser compreendida de dois modos: primeiro como um evento, segundo como uma continuidade.

A conversão evento não é só a mudança de um ímpio que passa a praticar a religião, mas pode ocorrer também com quem, mesmo praticando a religião e, mais ainda na vida consagrada, tem como que um momento de "despertar". Despertar do quê? Da tibieza.

É possível viver uma vida razoavelmente piedosa, indo à Missa, rezando, fazendo boas obras, mas vivendo na tibieza. Estacionado num estágio onde não se progride e, com o tempo, se regride. A religião e até a vida consagrada se tornam mais uma coisa que se vai levando... mas sem crescer no amor a Deus.

Assim foi com S. Teresa. Já religiosa, sua vida não era de grandes pecados, mas também não era de grande amor. Seus ímpetos e generosidade da infância, aos poucos foram amornando e mesmo como carmelita continuaram assim.

Até um encontro: um encontro com um Cristo muito chagado cuja imagem tinha sido posta no convento. A visão daquele Cristo, o Sangue daquele Cristo foram um grito na alma de Teresa. O sacrifício sem limites de Cristo foi um sacudir a alma de Teresa e um convite a que retirasse as cercas de sua alma para expandir-se como a árvore onde os pássaros podem se abrigar.

Se fôssemos comentar a vida e as obras de Santa Teresa, correríamos o risco de ser superficiais pois a densidade de sua vida e escritos não cabem nesse pequeno blog. Por isso, quero ficar apenas nesse ponto: o Cristo chagado, o seu Corpo entregue, o seu Sangue derramado, tornam-se convite irresistível à Teresa para que se converta ali e a partir dali.

E assim foi a sua vida. Uma constante conversão. Uma conversão tão radical que contrastava tanto com a maioria tíbia dos demais católicos, especialmente do clero, que uma de suas últimas palavras foram que "morria como filha da Igreja", porque já havia quem a considerasse herege e separada da Igreja. Assim é a tibieza: não leva "só" à morte de nossa alma, mas faz-nos odiar quem vive o que nós deveríamos viver.

Queridos amigos, peçamos ao Senhor que nos converta. Entremos na Escola dessa grande Mestra, Doutora da Igreja. E sua Escola, mais do que seus livros, seus ensinamentos, suas obras... sua escola é a Cruz.

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