COMPANHIA

 

Imagem que o Cura d'Ars colocou em sua paróquia com o nome de todos os paroquianos no interior do Coração de Maria.

A devoção das primeiras sextas-feiras foi pedida por Nosso Senhor à S. Margarida Alacoque, no séc. XVII como um conjunto de promessas, sendo a última que aqueles que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras receberão do Coração de Jesus a perseverança final e a salvação eterna.

Em Fátima, Nossa Senhora afirma ser a vontade de Deus estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração. A própria razão pela qual Lúcia "não iria logo para o céu" seria para propagar a devoção ao Imaculado Coração. Passado o ciclo das aparições (maio-outubro/1917), em 10 de dezembro de 1925, a Virgem junto com o Menino Deus apareceu à Ir. Lúcia e pediu que os cinco primeiros sábados fossem dedicados à reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Mas por quê cinco?

Porque cinco são os pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria: 1. blasfemar contra sua Imaculada Conceição; 2. blasfemar contra sua Virgindade Perpétua; 3. blasfemar contra sua Maternidade Divina; 4. ensinar às crianças a não amar a Santíssima Virgem; 5. os sacrilégios cometidos contra suas Santas Imagens. 

Para cumprir essa devoção, as pessoas devem durante cinco primeiros sábados confessar-se, comungar, rezar o terço, e durante quinze minutos fazer companhia à Virgem, meditando nos 15 mistérios do Rosário.

Fazer companhia à Virgem...

Que coisa grande! Ainda mais sendo Ela quem pediu...

E ao fazermos essa companhia, olhando para seu coração cercado de espinhos que são os nossos pecados, somos levados naturalmente a observar o que há dentro do Coração de Maria e dentro do nosso. 

O Santo Evangelho diz que Maria guardava tudo em seu Coração. Esse tudo, certamente é tudo o que dizia respeito à Seu Divino Filho, suas palavras, seus gestos, a visita dos pastores e dos reis, as palavras do Anjo, de Simeão... Não havia no Coração de Maria lugar para a falta de caridade dos moradores de Belém que lhe oferecem um estábulo para dar à luz, nem para as pedras que quiserem atirar contra Jesus em Cafarnaum, nem para o medo de Pilatos, nem para o ódio dos judeus, ou para a crueldade dos soldados. Todos eles também estavam em seu Coração Materno; de todos era Mãe! Mas não suas más ações que, já feitas, o que poderia Ela fazer?

Mas nós sabemos bem o que fazer...

Murmurar.

A murmuração é a capacidade de brigar com uma pessoa à distância. E de fazer morrer a caridade em nossos corações. E haja briga... brigamos durante horas, dias, anos, décadas e lustros.... Os mais longevos, quem sabe, ... séculos. 

Brigamos com pessoas antigas e novas, de perto, de longe, presentes ou ausentes, vivas e mortas...

Geralmente sem dizer uma palavra e sem "fazer nada", matamos a pessoa dentro de nós. A murmuração parece um "pecadinho inofensivo", mas na verdade é como um escorpiãozinho venenosinho....

E o mal maior é produzido em nós mesmos. 

Aqueles com que "brigamos" pela murmuração na maior parte das vezes sequer tem consciência do que fizeram, ou não se recordam. Por isso, na imensa maioria das vezes a murmuração só consegue fazer uma vítima: eu mesmo.

Queridos amigos, alguém certa vez disse que o coração humano é como um saco que precisa ficar em pé, ou seja, vazio ele nunca fica. Portanto cabe-nos escolher o que colocaremos em seu interior. Que esses 15 minutos em companhia de Maria nos ajudem a fazer a escolha certa.

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