CASTIGO

 


Só castigamos o que é bom, mas pode ser melhor.

Já pensou nisso?

Por exemplo, tenho um cachorrinho fofinho, mas que estraga o sofá. Então o castigo, para que além de ser um cão fofinho seja um cão não estragador de sofá, o que o torna melhor.

Assim também, um pai que vê o filho fazer algo errado o castiga, porque sabe que ele é capaz de agir melhor.

Quando não temos esperança de melhora, ou ignoramos ou destruímos.

Nessa linha, castigar não é desprezo, ao contrário é amor.

Evidentemente não estamos falando de castigos que beirem à extinção da vida, e cada um pedirá ao Senhor o discernimento para castigar de um modo que seja pertinente, proporcional e eficaz.

O Apóstolo S. Paulo dizia castigar seu corpo. E a Igreja sempre teve uma atenção muito grande para a penitência corporal. Ela é, verdadeiramente, a oração de nossos sentidos. Pela oração reza nossa alma, pela mortificação reza nosso corpo. O castigamos não por julgá-lo mal, mas por sabermos que é... traiçoeiro. 

Quantas vezes começamos uma coisa boa, ou neutra e por falta de guarda de nossos sentidos acabamos cometendo pecados. Vamos visitar uma pessoa, começamos a conversar e, de repente, a conversa vira maledicência.

Faltou estar alerta. Faltou vigiar. E a penitência corporal é um lembrete constante de que podemos, como se diz... perder a linha, ou melhor, perder a santidade.

Nosso Senhor nos diz que se não fizermos penitência morreremos de um modo maldito! Assim percebemos que ele impõe a todos os cristãos a prática da penitência corporal. Mas... como se faz isso?

Bem... isso deve ser discutido e decidido na direção espiritual, pessoalmente, mas darei alguns conselhos mais universais:

1. Nenhuma penitência deve atrapalhar nossos deveres de estado (pai, mãe, marido, esposa...)

2. A penitência precisa ser definida uma para cada dia.

3. Não é proibido fazer penitência aos domingos.

4. Essas penitências serão referentes à coisas do cotidiano (comida, bebida, descanso, conforto...) sem precisar mudar nada na nossa vida comum. 

5. A cada dia poderemos oferecer a penitência escolhida por uma intenção (almas do purgatório, santificação de nossos filhos...) ou em honra de algum mistério do Senhor, da Santíssima Virgem e dos Santos.

6. A penitência será discreta, mas se alguém perceber, não há problema. Não vêem nossos pecados.? Então não há problema que vejam nossa penitência...

7. As penitências não devem nos privar de momentos de convívio com a nossa família, por exemplo: alguém faz a penitência de não comer doce aos sábados, mas tem o aniversário de um filho... nesse caso, faça outra penitência e coma o bolo!

8. A santificação da nossa mesa, das nossas refeições se dá também quando além da mortificação habitual do dia, criamos o hábito de fazer uma pequena mortificação a cada refeição: comer mais o que gosta menos e menos o que gosta mais, não pôr mais sal, beber menos do que gostaria, comer menos da sobremesa...

9. Outra penitência habitual pode ser: guardar as coisas no lugar correto após o uso, não usar uma coisa para um fim distinto do qual ela foi inventada (usar faca como chave de fenda...) e coisas que tornem mais amável a vida de quem convive conosco.

10. Não esquecer que a penitência existe para nos deixar preparados para duas coisas: não pecar e acolher bem as penitências que o Senhor mesmo nos envia, o que chamamos como mortificação passiva, enquanto que as penitências que fazemos são mortificações ativas.

Nesse sábado, festa do Santíssimo Nome de Maria, junto com nosso rosário, junto com o canto ou oração da Salve Rainha, junto com alguma oração especial à Santíssima Virgem, junto com alguma flor que colocamos aos pés de sua Sagrada Imagem, demos à Ela também alguma pequena mortificação, pedindo que venha logo o Seu Reino.



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