CARIDADE

 

Um padre entrou num convento de freiras para dar a Unção dos Enfermos à uma irmã.
Num dado momento a religiosa começou a chorar. 
O padre preocupou-se e perguntou: "O que houve, irmã? Não lhe tratam bem?" E a freira respondeu: "Não, padre! Aqui me tratam com muita caridade." E o padre então perguntou: "Então o que acontece?"
E a irmã concluiu: "Aqui me tratam com caridade, mas em casa, minha mãe me tratava com amor!"

Caridade é sinônimo de amor, Charitas em latim significa tanto amor como caridade. Mas nós criamos uma distinção nessa palavra. Amor para nós é algo terno, belo, forte... e caridade é algo mais formal, algo que fazemos...

Talvez por isso, S. Francisco ao escrever aos primeiros frades e aos futuros dizia que um devia ser "mãe" do outro. Ser mãe, para S. Francisco era amar. Amar como ama uma mãe.
E os frades buscaram compreender e viver isso. Cada um a seu modo...
S. Junípero, um dos primeiros companheiros de S. Francisco, estava cuidando de um frade que estava muito doente e fraco. Disseram a Junípero que aquele irmão necessitava de uma carne "gorda" para ficar mais forte. Junípero ficou muito preocupado, primeiro os frades geralmente não comiam carne, nem tampouco tinham algum animal à disposição...
Saiu então "o bobo de Deus", como o chamavam, e encontrou um porco. O porco não era dele, e ele embora imaginasse que o porco tinha um dono, não sabia quem era... Diante da necessidade do frade doente, Junípero teve uma idéia bem "própria": "Irmão porco, o senhor tem quatro patas... poderia ceder-me uma para o meu confrade doente?" perguntou ao porco.
Chegou em casa feliz, e fez a pata de porco para o frade que com o carinho e a comida começou a sentir-se melhor. 
Algum tempo depois, chega o dono do porco, xingando S. Francisco e os frades de ladrões...
S. Francisco não entendia o que tinha acontecido, mas diante do escândalo, apareceu S. Junípero. E o homem disse: "Foi ele! É o ladrão! Arrancou uma perna de meu porco!" 
S. Francisco olhou para S. Junípero e perguntou se era verdade.
S. Junípero porém, contou a "sua" versão dos fatos: o porco estava sozinho, ele não sabia se tinha dono. Então perguntou ao porco se podia ceder uma patinha para o frade doente. Como o Irmão Porco não disse que não, Frei Junípero entendeu que ele não se incomodava...
Ao saber da razão pela qual Junípero tinha feito isso, buscou de algum modo reparar o dono do porco, mas admirou o amor que aquele frade simples tinha para com seu irmão doente.
Queridos amigos, todos conhecemos alguém que não está tão bem de saúde...
Como vamos tratar essas pessoas?
Com caridade ou com amor?
Que Deus lhe ajude a ver Jesus em quem está necessitado e lhe faça considerar-se "mãe" de todos.

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