AZEITE

 


Azeite!

E encolhia os ombros. Assim vi uma pessoa que estava pouco se lixando para o que os outros pensavam sobre ela.

De fato, um sábio disse que "aqueles que quiserem viver sob os elogios dos outros, morrerão soterrados por suas críticas".

Essa era de certo modo a filosofia de S. Jerônimo. Homem de uma cultura enciclopédica, grande entusiasta da vida consagrada, fluente em vários idiomas e assessor particular do Papa S. Dâmaso.

Morreu S. Dâmaso. Um grupo oposto ao Papa morto elege um Papa favorável à suas idéias. E se descencadeia uma perseguição contra o presbítero que a tradição sempre representou como uma espécie de cardeal primitivo.

Dentre as várias coisas de que Jerônimo foi acusado era de ter um caso amoroso com uma certa viúva romana chamada Paula e, talvez extensivo à filha dela: Eustóquia.

O que uma pessoa que se preocupa com a opinião dos outros faria?

Tentaria provar sua inocência. Se afastaria das pessoas com quem o acusam de agir mal etc etc.

S. Jerônimo porém, acima de sua honra, pensava que não podia abandonar duas almas que dirigia para a vida consagrada (viúva e virgem, mãe e filha) e dando um belo azeite aos fofoqueiros pegou o primeiro barco para a Palestina, com um detalhe, levando junto as duas.

Elas se estabelecem num mosteiro e ele na gruta de Belém onde nascera Nosso Salvador e ali continua o trabalho iniciado sob o amigo Dâmaso: uma tradução única da Sagrada Escritura, do Gênesis ao Apocalipse, partindo dos antigos manuscritos em hebraico e grego. Conta-se que chegou a cerrar um pouco seus dentes para poder pronunciar melhor o hebraico.

Idiota. Imbecil. Cão. Ignorante. Porco.. faziam parte do vocabulário desse santo em relação à seus inimigos. Mas também era fervoroso na penitência, utilizando-se de cilício, disciplinas e batendo-se com pedras enquanto chorava e dizia: "Miserere mei, Domine, quia dalmata sum!" Piedade de mim, Senhor, porque sou um dálmata!", ou seja um nascido na Dalmácia, onde as pessoas tem fama de serem... bem... sinceras demais...

Queridos amigos, o cristão de hoje se não for um cruzado não será cristão.

E para isso é necessário seguirmos a filosofia do azeite...

Porque queremos que as pessoas nos compreendam e nos aplaudam se odeiam e rejeitam o Senhor!

Como querer, por exemplo, que um mundo onde o aborto só cresce, aplauda e incentive as famílias numerosas? Como querer que um mundo onde as pessoas - na melhor das hipóteses - se limitam ao mínimo necessário para com Deus, apoiem a decisão de irmos a missa diariamente e confessarmos frequentemente?

Que S. Jerônimo interceda por nós e mande do céu para nós (como aconteceu na sagração real de Clóvis) uma ampolazinha com um óleo que nos lembre que se o mundo odiou Jesus não podemos esperar o aplauso de quem d'Ele zomba.

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