RAINHA

 

"Houve um tempo em que foi a filosofia do Evangelho a governar as nações..." Com essas palavras Leão XIII descrevia a essência do que chamamos como "cristandade". Nela, embora houvesse como em todas épocas, pessoas boas e ruins, santas e pecadoras, havia um ideal comum: o Reino de Deus. E a busca dos governantes e governados era buscar imitar o Reino de Deus, era transformar a cidade da terra na cidade de Deus.

S. Agostinho descreveu magnificamente que os fundamentos dessas cidades (Jerusalém e Babilônia) são o amor de Deus até o desprezo de si mesmo (a cidade de Deus, Jerusalém) e o amor de si mesmo até o desprezo de Deus (Babilônia). Desse modo, partindo do amor a Deus estava toda a estruturação da sociedade que buscava imitar em tudo o céu. Até o princípio monárquico não era outra coisa que uma manifestação de fé no Deus Uno e Trino, se só existe um só Deus, só se têm um Rei. E a fé era o grande ponto de união dessa sociedade.

Não significa que não houvesse quem pecasse. Mas o pecado era combatido. Se ofender o rei, às vezes podia levar a pessoa à morte, imagine ofender a Deus! Os Reis punham-se abaixo de Deus, eram seus vassalos e deviam garantir os direitos de Deus. Não faltaram Reis e Rainhas que depois de garantirem os herdeiros ao trono passaram a viver em perfeita castidade e outros que, estando os filhos capazes de assumir o Reino, entregavam-lhes as preocupações do mundo e se retiravam para mosteiros onde passariam o fim de suas vidas.

Se alguém estivesse perto de seu fim, chamavam o Padre e, todos paravam seus trabalhos porque dentro em pouco o Senhor Sacramentado passaria ali. Meninas estendiam pétalas de flores pelo caminho, meninos e homens ajudavam o padre levando velas, incenso, pálio...

A família era a estrutura mais perfeita, protegida pelos Reis. Os filhos quase sempre numerosos eram considerados uma bênção, e, sem terem essa intenção, a família se tornava uma rede de apoio mútuo não sendo necessárias creches ou asilos, sempre teria lugar para alguém na casa de outrém...

Homens e mulheres viviam em paz. Sabendo-se diferentes e alegrando-se por isso. A mulher não tinha que ser como o homem para finalmente ser considerada digna. E os homens não se sentiam rebaixados por terem constantemente apresentada diante dos seus olhos exatamente uma mulher como a criatura mais excelsa, mais perfeita e Rainha de todos.

Homens eram homens. Aprendiam a proteger, a enfrentar, a lutar. E mulheres eram mulheres sabiam amar, educar, cuidar.

O desejo (praticamente intrínseco ao ser humano) de saber da vida dos outros... Tá... Eu sei que você não têm isso... Era saciado com a vida dos santos, onde se deixava claro que escolher o bem não seria fácil, mas teria um "final feliz" enquanto que escolher o mal, poderia facilitar muitas coisas e até parecer um sucesso, mas o final...

Tinha guerras. Os povos ainda se formavam, era natural. Mas nos domingos, dias santos, festas não se lutava. E, de noite, todos iam dormir. Era proibido atacar. E, se vissem um cadáver, fosse amigo ou inimigo, sepultavam e rezavam por ele. Os chefes do povo não estavam protegidos em salas blindadas, estavam lá também, tentando a paz e lutando.

Esse tempo existiu.

Você já o estudou. Para você ele foi apresentado como Idade das Trevas, noite de mil anos e outros nomes simpáticos assim.

Esse tempo acabou. Começou a acabar quando se quis desfazer da Igreja. Podemos seguir Jesus, mas sem a Igreja: o protestantismo. Jesus, sim. Igreja, não. Depois a humanidade percebeu que Jesus e Igreja eram quase a mesma coisa, tipo... marido e mulher. Então tiveram uma nova idéia: Deus, sim. Jesus não. Ora não dá no mesmo? Não. Porque é Jesus quem nos revela Deus. Quando eu busco Deus sem Jesus, eu busco qualquer coisa, menos Deus. Então vem o culto à razão... somos racionais, inteligentes, não precisamos que ninguém nos diga nada. Sendo assim, Deus não. Homem sim. Ah, agora sim! O Homem! Sua inteligência, sua força, sua sabedoria, como é bom o homem! Mas quem é esse homem perfeito? Ora, sou eu mesmo. Os outros são bons à medida em que me são úteis. Então passamos para a própria fase: Homem, não. Eu, sim. Agora é o ápice! Cheguei onde finalmente deveria estar e consegui derrubar todas as forças opressoras que não me deixavam ser eu, viver o que quero viver. Agora eu estou no topo! Muito bem... Como é bom estar por cima... Mas, quem sou eu? Se o outro é meu adversário, Deus meu inimigo, e a Igreja opressora, quem vai me dizer quem sou eu? Eu mesmo. Então hoje eu sou homem, amanhã, se quiser, serei mulher. Meu corpo, minhas regras. Depois de amanhã serei homem e mulher... Até o dia em que eu não me aguente mais e destrua essa porcaria chamada eu. Afinal o eu é meu e ninguém tem nada com isso. 

E está aí, meus amigos. A cidade construída pelo amor de si mesmo até o desprezo de Deus. Babilônia.

Então, corre! Voltemos à cristandade!

Não é possível.

Gostaria que fosse mas não é. A humanidade está num caminho tal que não é capaz de voltar por si mesma. Por isso, precisamos estar preparados para os tempos piores que virão. Deus permitirá que a humanidade beba até o fim o cálice que escolheu. E nós sofreremos esse momento. As coisas vão piorar e muitos castigos que matarão a muitos estão vindo. Para os bons, para os fiéis, o castigo será prêmio que os levará logo para o céu, por isso não tememos os castigos.

Mas é necessário que as coisas cheguem a um vértice negativo.

E o que acontecerá nessa hora?

Passo o palavra à própria Rainha, a Santíssima Virgem Maria.

Em Quito, 1610, Nossa Senhora disse: "Quando tudo parecer perdido, aí será o início do meu Reinado. O Inimigo será destronado diante de todos!"

Nessa mesma aparição em outro momento, disse Nossa Senhora: "E a Igreja, como uma linda mocinha, ressurgirá de toda essa crise"

Em Rue du Bac, 1830, disse: "Quando tudo estiver mal e parecer o fim, ali mesmo eu estarei!"

Em Fátima, 1917: "Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!"

Queridos amigos, celebrando a festa de Nossa Senhora Rainha, peçamos que seu Reino venha sem demora, é a partir do Reino de Maria, que começa na alma de seus fiéis escravos que se instaurará não mais a cristandade, mas melhor ainda: o Reino de Cristo que jamais passará.




Comentários

  1. Que esse reinado venha logo, Mãe Santíssima, seu filhos estão sofrendo com os erros de outros. Todos tem pecados, eu sei disso, mais uns são demais.

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  2. Maravilhoso texto. Adorei. Fera mesmo. Todo santo dia peço pra Deus preparar urgente os seus e vir logo.

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