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Custódia de Toledo, Espanha
Quando Deus se manifesta a Jó, e expõe a ele a sua grandeza, a sua sabedoria, a sua providência, o seu amor, o Jó compreende que falou demais e que diante de tão alto mistério só lhe restava pôr a mão sobre a boca e... silenciar.
É esse o sentimento que experimento e, tenho certeza que tantos outros experimentam, na solenidade hodierna. O que dizer?
Se a Encarnação acontecida uma só vez no seio da Virgem já é um auge de amor e rebaixamento do Verbo, quanto mais a diária e mais que diária Transubstanciação ocorrida nas mãos dos sacerdotes.
Talvez por isso, o grande Santo Tomás, propositalmente ou não, manifesta a admiração do mistério eucarístico utilizando-se da interjeição "Oh" nos hinos que compôs para esse dia.
O Sacrum convivium...
O Salutaris Hostia...
O res mirabilis...
Oh, Sagrado Banquete...
Oh, Hóstia de Salvação...
Oh, coisa admirável...
Oh...
A compreensão, enquanto possa a debilidade humana, de tão grande sacramento leva à admiração e a admiração, mais cedo ou mais tarde, reconhece que não há o que dizer. E como Jó colocamos nossa mão sobre a boca.
Que te farei, Senhor?
Que te direi?
Como te louvarei?
O mesmo Doutor Angélico no Lauda Sion já nos recorda que "nec laudare sufficis": nunca o louvarás suficientemente!
Queridos amigos, a palavra que segue ao maior louvor é o silêncio. O silêncio aqui é mais que a palavra. O Cristo silencioso na Eucaristia, ama o cristão silencioso que O olha admirado e se permite olhar "misericordiado".
Lauda, Sion!
Louva, Sião! Louva, Igreja, nova Jerusalém! Louvai, cidadãos dessa cidade celeste!
E se nos faltarem o toque da trombeta, a harpa e a cítara, as cordas e as flautas. Louvemo-l'O no silêncio e no olhar. Tal como está o nosso Divino Salvador nesse Sacramento de Amor.


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