NOME

Maria!
Esse vocativo do Senhor no Evangelho de hoje parece ser o clímax, o ponto mais alto, e ao mesmo tempo o mais terno.
Como terá dito o Senhor esse nome: Maria. Maria.... Mariiiia! Maria!?. Maaariiiaaa?
Esse é um segredo guardado entre aqueles dois corações, mas certamente a entonação foi  suficiente para que ela parasse com as lágrimas e enche-se de alegria, para que saísse da sepultura e entrasse na ressurreição, para que parasse de ver um jardineiro e reconhecesse o Criador.
Maria!
Vocavi te nomine tuo!
Eu te chamei pelo teu nome! Diz o Senhor a cada um de nós através do profeta Isaías.
Geralmente ouvimos os padres falarem do amor de Deus, mas creio que vez por outra seria bom ouvir um pai ou uma mãe falarem, eles próprios do amor que tem pelos seus filhos. Mas estou falando de qualquer pai ou qualquer mãe... Não, senhor!
Estou falando daqueles casais cristãos que foram cristãos em todas as circunstâncias de sua vida matrimonial e, justamente por isso, criaram famílias numerosas, onde dificuldades e alegrias se alternam, mas a graça de Deus não passa nunca.
Cinco, seis... daí pra cima!
Filhos? Sim, filhos! Acho curioso que todo mundo diga que o filho é uma bênção de Deus e tão poucos querem ser abençoados e desses, a maioria, muito parcamente...
Mas isso é assunto para outro dia...
Imagine o pai ou a mãe de cinco filhos. Como os ama? Igualmente diferente, talvez pudéssemos dizer.
Assim nos ama Deus. Muito mais nos ama Deus.
Deus nos ama igualmente diferentes. Nos ama igualmente porque dá a cada um todo o seu amor, e diferente porque não fomos feitos em série e cada um de nós se abre de um jeito a esse amor, se deixa amar por Ele de uma forma única.
Os pais amam seus filhos do mesmo modo, mas não os amam como se talvez se ame os peixes de um aquário, ou um balaio de gato.
Maria!
Quanto significou para aquele mulher ouvir esse nome que, talvez, tenha sido o menos ouvido de sua vida. Jesus não a chama de Madalena, porque isso a remeteria a sua vida passada, não a chama com os nomes feios que tantos homens deveriam tê-la chamado, Jesus diz: Maria.
E com qual ternura humana não deve ter dito o Senhor esse nome, por ser justamente o nome d'Aquela que Ele mais amou nesse mundo e que tinha ido ver pouco antes para dizer: "Mãe estou vivo!"
Maria!
E à medida que secam as lágrimas se distingue a figura do Salvador. Num gesto quase extintivo ela se lança para tocá-lo. Não!
Não mais se conhecerá o Senhor pelos meios humanos, pelos sentidos humanos.
Mas que venha a fé por argumento, os sentidos completar.
Agora O conhecemos pela fé!
E por essa fé, eu posso ouvir o Senhor chamar-me.
Não como um: "Hei", "Psiu", "Amado", "Irmão"...
Vocavi te nomine tuo!
Silêncio para escutar!


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