FIEL

Poucas vezes um nome correspondeu tão bem à uma pessoa.
Batizado com o nome de Marcos, sempre buscou viver virtuosamente. Fez seus estudos com grande proveito nas melhores escolas de seu tempo e lugar. Tornou-se então advogado, dedicando-se especialmente a ajudar os pobres que não tinham a quem recorrer.
Aos 35 anos  ingressa na Ordem dos Capuchinhos, ordenado sacerdote dedica-se especialmente às missões entre os protestantes. A heresia protestante assolava os países, reinos e famílias se dividiam. Frei Fidélis então é enviado à Suíça onde o protestantismo fazia grande estragos às almas. Pregava não apenas sobre a verdade da fé católica, mas exortava também os próprios católicos a viverem de acordo com a fé e a moral da Santa Igreja, reprimindo os vícios e exaltando as virtudes.
Por um dom sobrenatural soube que sua morte estava próxima, e assinava suas cartas com as palavras: "Frei Fidélis, que em breve será pasto para os vermes."
Em 24 de abril de 1622, contava com apenas 45 anos, foi convidado a fazer uma pregação à um grupo de protestantes que estariam dispostos a se converter.
Ao subir ao púlpito, viu um bilhete: "Esta será sua última pregação".
Fez o sinal da cruz, e começou.
Pouco depois um tiro interrompe a pregação e uma confusão se generaliza, conseguem fazer com que o santo frade saia pela sacristia. Antes disso, ajoelha-se diante do Sacrário e encomenda a sua alma a Nosso Senhor e à Nossa Senhora.
Na floresta é alcançado pelos hereges que exigem que renuncie à fé, mas o Santo responde que confiante entregava sua alma nas mãos de Nosso Senhor e de Nossa Senhora.  Os protestantes então o  golpeiam tão violentamente que seu crânio é destroçado e várias espadas são cravadas em seu corpo que ficou insepulto numa poça de sangue durante mais de um dia. Os calvinistas também além de cortarem sua cabeça, cortaram uma de suas pernas, como castigo por suas andanças missionárias.
Suas últimas palavras foram de perdão aos assassinos e de entrega de sua alma à Nossa Senhora.
Mais tarde, suas relíquias foram devotamente recolhidas, parte foi para a Catedral e outra parte para o convento dos Capuchinhos.
Talis vita, finis ita diziam os antigos romanos. Poderíamos traduzir: tal como nós vivermos, nós morreremos.
Geralmente nós achamos que na hora de nossa morte seremos revestidos de todas as virtudes que ao longo de nossa vida neglicenciamos. Que ali teremos a santidade que não lutamos durante a vida para ter.
São Fidelis viveu fiel a Deus em cada momento de sua vida, e por isso o foi na morte.
Que ele alcance de Deus e de Nossa Senhora para nós aquela fidelidade que merecem e que queremos dar-lhes.



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