CRIANÇAS

Como uma mãe que ama todos os seus filhos, mas sabe que os mais novos necessitam de mais cuidados, assim a Igreja age para com os seus filhos recém-nascidos na Noite Santa de Páscoa. Esses filhos, são gerados especialmente através da doutrina e dos mandamentos durante o tempo da Quaresma, e são alimentados pela Liturgia após o Batismo.
Antes do Batismo, eram convidados a retirar-se antes da Liturgia Eucarística, agora não só permanecem, mais ainda: a Liturgia se ocupa preferencialmente deles em suas orações e nos trechos bíblicos a serem lidos.
Mas, os filhos mais velhos não são esquecidos, e a maior graça que essa Mãe concede-lhes é recordar-lhes a altíssima dignidade da vocação batismal, que neles já se concretizou há mais tempo. Na leitura de hoje, em seu diálogo com Nicodemos, Nosso Senhor fala daquele novo nascimento.
Nessa expressão somos chamados a compreender que o Batismo não traz tanto uma realidade conciliadora, mas renovadora.
Embora, externamente, tudo continue como antes, o Batismo, interiormente operou na alma do fiel uma obra mais admirável que a criação do Universo.
Porque não só recriou-o misticamente como lhe fez tomar parte no mistério pascal de Cristo e unindo-o a Cristo morto e ressuscitado, tal como o sarmento à videira, tornou-o uma só coisa com Cristo, não sendo tanto um "outro" Cristo, mas o próprio Cristo.
Esse novo nascimento por sua própria natureza traz a morte da antiga vida.
Na antiga vida não éramos sequer servos de Deus, mas do demônio.
Na antiga vida não apenas vivíamos no pecado, mas éramos escravos dele.
Na antiga vida, não só estávamos longe de Deus, mas éramos seus inimigos.
Tudo isso rompeu-se na hora em que em nome da Santíssima Trindade a água batismal tocou nossos corpos.
Recordar constantemente essa admirável condescendência da misericórdia de Deus, nos tornará mais gratos e, consequentemente mais santos.
Porque a gratidão para Deus não será meia dúzia de práticas mais ou menos piedosas.
Mas a vida nossa posta nas mãos d'Ele.
As duas principais obras que Deus fará quando nos colocarmos em suas mãos serão a santidade e o apostolado, às quais são um chamado universal a cada um que tenha recebido o Santo Batismo.
A santidade é a nossa vida assemelhando-se à vida de Cristo, e o apostolado consistirá em, tendo o coração inflamado da caridade de Cristo, fazer com que esse fogo se espalhe e arda também em corações que não O conhecem ou O conhecem equivocadamente.
Como garantia de perseverança, o Senhor nos dá o auxílio de sua Mãe Santíssima, nesse mês particularmente recordada desde as serras da Catalunha como Mãe de Deus de Montserrat. A devoção à Maria, como recordam vários Santos e Doutores é sinal de predestinação à salvação eterna. Peçamos à Ela, que em seu solene hino é chamada de Rosa de Abril, que interceda por nós, para que possamos realmente viver como quem nasceu da Água e do Espírito.



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