EIS

Geralmente nos sermões, nas aulas de catecismo, quando ouvimos falar sobre o Anúncio do Arcanjo S. Gabriel à Nossa Senhora, não falamos tanto em anúncio, mas em questionamento.
Costumamos ouvir que o Arcanjo perguntou à Santíssima Virgem se Ela aceitava ser a Mãe de Jesus. Todavia, podemos ler milhares de vezes o texto de São Lucas e não encontraremos nenhuma pergunta do Anjo. Nossa Senhora é que pergunta o como se daria o fato, uma vez que, tanto ela como São José,  tinham consagrado a sua Virgindade a Deus.
O Anjo não pergunta. É cheio de firmeza o modo como o anjo diz: "Eis que conceberás e darás..."
Não há o que perguntar quando já se sabe a resposta. 
E Deus sabe.
Deus criou Maria como obra-prima de toda criação, encheu-a de todas as graças do mesmo modo como fez com que todas as águas se ajuntassem ao mar.
Pensando nesse fato, vêm-me à mente as bodas de Caná, onde também Nossa Senhora não pergunta a Jesus se Ele podia transformar a água em vinho. Apenas Lhe comunica.
Como também Ela só foi comunicada. 
"Eis que conceberás" é como se Deus pelo Anjo dissesse "Eu sei que conceberás". 
"Eu sei que temerás. Eu sei que sofrerás. Eu sei que fugirás. Eu sei que chorarás." 
"Mas, eu sei que conceberás."
"Eu não pergunto se podem, àqueles que tenho certeza que me amam"
"Eis que conceberás!"
"Eis a serva!"

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