ZAQUEU

No Santo Evangelho do XXXI Domingo do Tempo Comum ouvimos no Evangelho de S. Lucas o encontro de Nosso Senhor com Zaqueu. O Evangelista fala que Zaqueu era baixo e, que querendo ver Jesus, sobe num sicômoro. Nosso Senhor ao vê-lo, logo após dizer seu nome: "Zaqueu", lhe dá uma ordem: "Desce!".
Zaqueu é um retrato de toda a humanidade: somos baixos. Desejamos ver a Deus, mas a nossa baixeza parece ser um impedimento para essa vista. No desejo de ver a Deus, começamos a subir, subir e subir. E sempre subimos errado, nos lugares errados, de modo errado.
Não somos nós que "encontramos" Deus na sua altura. Mas é Deus que nos "busca" na nossa baixeza.
Para encontrarmos a Deus não temos que subir, ao contrário, temos que descer.
É descendo nas vias da humildade que encontramos aqu'Ele que rasgou os céus para descer e ser o Deus-conosco.
"Zaqueu, desce!"
Assim também hoje, chamando-nos com nosso nome, o Senhor nos manda descer. Descer de nossos castelos de cartas, de nossos sicômoros carcomidos. Só sobe ao céu quem desce ao húmus da terra.
Desce!
Contam a piada de que os argentinos se matam jogando-se de seu próprio ego... Não é um privilégio dos argentinos esse problema. Todos nós nos temos em tão alta conta que muitas vezes consideramos uma ofensa a nós mesmos como algo mais terrível que um pecado mortal.
Desce!
Não temos porque subir, uma vez que a nossa baixeza encanta o Senhor.
Tão clara foi a compreensão de Santa Teresinha nesse aspecto: o pai que vê seu filhinho no pé da escada, com os bracinhos elevados pedindo colo, desce a escada, se abaixa até a pequena criança e a sobe novamente com ela aos braços. Assim, quanto mais baixa a criança, quanto mais criança a criança, tanto mais encanta o pai.
Desce!
Como dizia São Pio de Pietrelcina: "só sobe o cume da caridade aquele que souber descer o vale da humildade".

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