REI

No Santo Evangelho dessa hodierna solenidade - Cristo Rei - a santa liturgia apresentou-nos o Cristo pendente na cruz, insultado e reconhecido como Rei apenas pelo Bom Ladrão.
Quando o quiseram fazer Rei após a multiplicação dos pães, o Senhor se escondeu.
Mas na cruz, aquele título evitado na glória é aceito sem reservas.
É no contexto da Paixão que o Cristo aceita ser chamado de Rei. Ele mesmo afirma a sua realeza diante da irônica pergunta de Pilatos. Em Cristo, realeza e cruz estarão para sempre unidos, sem serem realidades opostas.
É Rei na Cruz e pela Cruz.
É Rei na Cruz, Rei de Si mesmo e de Sua própria vida, dispondo dela de acordo com a sua vontade.
É pela Cruz, porque através dela não apenas redime, mas adquire como Rei todo o gênero humano.
Ao mesmo tempo, um véu cobre essa realeza.
Nem todos puderam enxergar através dele.
O Bom Ladrão pode.
Também hoje, um véu mais denso cobre a realeza de Cristo. 
Depositado sobre esse véu estão todos os pecados e toda maldade que eles são capazes de gerar.
O Senhor não pede apenas que enxerguemos através desse véu, mas que o levantemos diante da sociedade, onde Ele deve Reinar.
O Reinado de Cristo não pode reduzir-se ao interior dos Templos, nem pode ser uma afirmação emocionada em certos momentos da vida. Ele deve reinar na sociedade, imperar sobre as nações.
Nenhuma tentativa de paz poderá dar frutos duradouros se não estiver condicionada ao Reinado Social de Jesus Cristo. 
Como diz o Hino a Cristo Rei, que o "Orbe homenagem Lhe renda" e que nós Lhe ofereçamos em preito devotíssimo "corações para o Seu Coração", sempre pelas mãos de Sua Mãe Santíssima, Rainha do Céu e da Terra.

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