CONSUMIRÁ

Ao expulsar os vendilhões do Templo, Nosso Senhor chama aquele lugar de "casa", "casa de meu Pai". Queridos amigos, se assim se podia chamar o vetusto Templo de Jerusalém, infinitamente mais se pode considerar a mais humilde capela ribeirinha. Cada Igreja, especialmente se ali se conservam as Sagradas Espécies, é verdadeiramente "Domus Dei", Casa de Deus, e ninguém, absolutamente ninguém pode fazer uso próprio daquilo que não é seu. Aliás isso se chama roubo.
Certa vez, o próprio Papa S. João XXIII, pediu que o povo não lhe desse "vivas" no interior da Basílica recordando que era "templum Dei", "É o Templo de Deus"!, dizia o Papa.
Ora, se nem o homem que possuiu a maior dignidade desse mundo, se nem o Pai comum da cristandade pode se servir do Templo de Deus para fins próprios, quanto mais nós!
Mas constantemente roubamos a casa de Deus em benefício próprio. Bento XVI já alertava para o fato de que muitas aparentes celebrações litúrgicas, são verdadeiramente uma celebração mútua do padre para a assembléia e da assembléia para o padre, onde Deus fica, na realidade, de fora.
Até hoje, no senso comum, muitas pessoas falam da missa em homenagem a tal pessoa, a tal defunto...
São tantos discursos, tantas homenagens, tantos "Parabéns pra você", tanto convite de Chuleta na Brasa, tanto cheiro de pastel frito que é difícil perceber que estamos na Casa de Deus.
Quanto não atrai a ira de Deus sobre nós as verdadeiras profanações perpetradas por pessoas que dizem ter fé!
Quantas senhorinhas conversando, homens rindo, mulheres com decotes, crianças com pipoca e carrinhos, adolescentes paquerando, diante de Deus Humanado no Sacramento do Altar!
Quantos atravessam léguas para verem os locais onde Cristo pisou, mas pisam o Senhor nas suas Igrejas!
O zelo consome, porque o zelo incomoda.
Aquele que for zeloso, não será consumido pelo zelo, que é como o fogo da sarça de Moisés, mas pelo ódio daqueles que roubam para si, para seus próprios egos, a Casa de Deus.

Comentários

Postar um comentário