ROSA

As rosas tem um perfume maravilhoso.
Podemos sentir quando aproximamos nosso nariz delas.
Ali quietinhas exalam perfume.
Mas quanto mais se mexe na rosa, tanto mais perfume ela exala.
Talvez se quiséssemos fazer um perfume com a rosa, teremos que a despetalar, amassar suas pétalas, triturá-las, dissecá-las, destruí-las até que da rosa só sobre o perfume.
Assim se entendia Santa Teresinha.
As rosas tão associadas à sua intercessão, na verdade eram para ela um símbolo de si mesma.
Ela se considerava uma rosa que precisava consumir seu viço pelo seu Jesus.
Santa Teresinha desenvolve particular devoção pelos extremos momentos da vida mortal do Salvador. E por isso, dizia que gostaria de ser uma rosa que se despetala para que "o pé gentil" do Menino Jesus  quando aprendia a andar, não se ferisse em alguma pedra, mas pisasse num caminho de rosas. Ao mesmo tempo, na sua devoção à Paixão que se manifesta na Santa Face do Salvador, face ferida e dolorosa, ela queria novamente ser rosa desfolhada que pudesse dar algum alívio aos pés cansados do Senhor na subida do Calvário.
Chama a atenção que Teresa não considera as rosas no jardim, vivas e vicejantes, mas cortadas, desfolhadas.
Também a brevidade da vida, como a brevidade da rosa florescida lhe chamavam a atenção.
Ela considerava que a rosa não podia ser egoísta, guardar para si, sua beleza e seu perfume, mas tinha que consumir tudo como holocausto sagrado a Deus.
Sua vida, breve como a da rosa, foi consumida.
Quando a consideramos nos últimos momentos, temos a impressão de ver a rosa esmagada que entrega a sua essência em perfume.
Mas o perfume perfuma ainda hoje.
Toda rosa vive pouco. Mas as que se deixam triturar se imortalizam através de seus perfumes.

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